O deputado federal Pr. Marco Feliciano (PSC-SP) resolveu escrever lá no seu site que a militância gay é fascista. O pastor parece que não leu muito os livros de História. Salvo algum engano os gays são na história os 'oprimidos' não os opressores, um ponto. Na tentativa de reproduzir sem a devida reflexão, no calor e no desejo de produzir algo novo, o pastor e deputado, termina passando os pés pelas mãos ao dizer que os gays, lésbicas, travestis, bissexuais, no Brasil, são minoria e até copia a falácia do colunista de Veja Reinaldo Azevedo. Passo agora a um trecho do que o pastor escreveu:
Tal grupo que representa uma minoria, não destas que sofrem de verdade, mas que sob uma camuflagem de perseguição, tenta e consegue impor seu modo de vida promiscuo, seus pensamentos anti-familia-e-anti-bons-costumes. Que se faz valer por ter na mídia que deveria ser imparcial, mas, nesses assuntos assumem uma militancia descomunal, e que, num futuro proximo, se algo nao for feito imediatamente, arrepender-se-ão ao verem a desgraça que provocaram numa sociedade que vive em função do que pensam e de como agem classes artitiscas e midiáticas.
Voltei. Então, o que se percebe não é outra coisa senão uma espécie de ressentimento bem forte do pastor o que, de algum modo, 'representa' o sentimento da nação protestante no Brasil. Mas, duas coisas chamam demasiadamente a nossa atenção ao ler o texto do deputado e pastor Marco Feliciano: 1) O discurso de que os gays são minoria é fraco e como o pastor reconhece quando o assunto é reconhecer direitos a mídia, a justiça, a ciência e todo o resto está do lado dos gays: os gays, então, são maioria no Brasil neste aspecto; 2) Justificativa medíocre, o deputado quer retroagir para uma espécie de sociedade mais antiga em que a mulher apanhava calada e era subserviente a seu marido, ao seu filho, ao seu irmão, ao seu vizinho homem, macho, machista e que isto representava os tempos em que se podia dizer que se vivia sob os valores familiares da dominação masculina e os bons costumes, então, negação total ao prazer e ao contraditório. A propósito, um costume não pode ser dito bom quando FERE FRONTALMENTE direitos de milhares de cidadãos e cidadãs e cria casta numa sociedade plural como a nossa. Foi a este tipo de pensamento e valor retrógrados que o Supremo Tribunal Federal REAGIU, é a esta louca mania arcaica dos protestantes a que reage o grosso da sociedade e é a esta estranha ciência da divindade que a ciência terrena REAGE todos os dias em formas de artigos,ensaios, monografias, dissertações, teses. Afinal, o problema do pastor Marco Feliciano é só um: ele sabe que em pouco tempo o resto de poder que ainda detém sobre alguns indivíduos vai desaparecer de vez. Ele ainda acusa os gays de quererem expulsar Deus do Brasil, veja:
Que Deus nos ajude! E nos ajude logo, antes que, esses fascistas, expulsem de uma vez DEUS da nação brasileira, afinal ja tiraram seus simbolos no Sul, como buscam tirar das cédulas do real a inscrição DEUS SEJA LOUVADO, como buscam exterminar programações religosas na TV, como perseguem festas religiosas, como buscam fechar igrejas, e outras coisas mais que me da náuseas, e prefiro aqui me calar.
Voltei mais uma vez. Não adianta espernear. Felizmente, estamos em outro estágio do desenvolvimento intelectual do Brasil. Os ares de colônia cultural começou a dar sinais de cansaço. Se há um descrédito da religião cristã no Brasil isto não é culpa dos gays, mas se dá em grande parte pelo movimento neo-pentecostalista que fez da fé de um povo balcão de altos negócios. Que culpa têm os gays com a luta, praticamente, corporal entre Edir Marcedo da Universal do Reino de Deus com Valdomiro Santiago da Mundial? Enfim, aí está o contraditório posto. Cada um que pense por si. Tenho dito!!!!
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