ONTEM FOI o dia dos professores. Não publiquei nada, não escrevi nenhum texto. Resolvi deixar o dia passar. Li por todos os blogues (blogs), portais, saites (sites), páginas pessoais, etc. aquele tipo de bordão vulgar: "A educação é o futuro da nação" - se isto fosse mesmo uma regra, uma verdade, o Brasil não teria chegado à quinta ou sexta economia mundial -. Pois bem, então, aparece nos principais canais de televisão aquela luta heroica dos professores/professoras cariocas contra o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. E todo mundo vendo aquelas cenas - chocantes - apieda-se dos infelizes professores/professoras. A Rede Globo dedicou um programa quase que inteiro aos professores/professoras - Encontro, com Fátima Bernardes -. Um programa de uma pieguice, com tonalidades bregas que chegavam a alguns momentos provocar ânsias de vômito. Bom, não assisti, não li nada - neste dia dos professores/professoras - que, realmente, valesse a pena. Fiquei com a sensação de que o que menos importava era a educação. Havia apenas por um lado uma "discussão" de política salarial péssima que os governos ofereciam aos professores/professoras, por outro, uma necessidade estranha de emplacar a pedagogia da prosperidade: professor/professora têm que ganhar bem, cada vez melhor. Fiquei com a sensação de que "a luta" dos professores/professoras era uma luta egoísta. Quer dizer, não se tocou na política salarial que os governos aplicam aos vigilantes, secretári@s, assistentes administrativos, merendeiros, pessoal de apoio escolares como se a EDUCAÇÃO fosse produto apenas de realização magisterial. Fiquei com a sensação de que, na EDUCAÇÃO BRASILEIRA, os únicos necessitados eram os professores e professoras. E a cada momento que passava do dia eu me perguntava se em algum momento os programas de televisão parariam para "discutir", realmente, a educação. Nada, a educação naquele cenário de ONTEM era o que menos importava. A imprensa queria vender o seu produto, os professores/professoras queriam ser vist@s na sua lastimável luta por SALÁRIOS MAIORES. Todos esquivavam-se se o assunto era EDUCAÇÃO. Então, perdoem-me os amigos e amigas professores e professoras pelo que vou "dizer" a partir de agora...
Professor, Professora,
Vocês têm o salário que merecem - salvo uma ou outra exceção -. No geral, vocês merecem, talvez, até nem mereçam o que ganham, quanto ganham; ganham até demais. No geral - perdoem-me aqueles mais ousados, as exceções -, vocês dão nojo, asco. Vocês são - mais uma vez lembro das exceções pouquíssimas, mas existentes - os perpetuadores de uma sociedade fraca. É preciso ter um saco para vômito quando se conversa com um professor, professora. É fácil apelar na mídia, é fácil enganar crianças e adolescentes sendo muito mais escalados do que todos eles. Muitíssimos professores, professoras sequer compreenderam o ofício a que se dedicam/ram e acabam por reproduzir clichês e opressões. Se uma inteligência escolar lhe desafia e o professor/professora se ressente sabemos o que acontecerá a esta inteligência escolar. Uma escola é como um grande LAGO; os governos são como pescadores com iscas grandes e pequenas. Os pescadores não fisgam os PEIXES - neste caso, os professores, professoras - pelo RABO, mas pela BOCA. É aqui que entendo dizer: quem tiver ouvidos que ouça!