Há no país inteiro novas ondas de moralismo provocadas por insatisfações com a segurança pública, com os péssimos índices de educação que os governos têm apresentado; a polícia militar usa da força de modo truculento para intimidar e constranger a população; na verdade, a polícia militar, os militares, estão aos poucos tomando todos os espaços: entre o público e o privado. Na USP já se admite a presença ARMADA de policiais militares sobre pretexto de segurança; no congresso nacional, os políticos resistem às transformações exigidas pela população e na mídia o conservadorismo e o mal preparo de profissionais é a constante. Aqui e ali o discurso sobre a família tradicional, nuclear, é trazido à baila; direitos fundamentais são negados a determinados setores da sociedade; as drogas são tidas como o grande mal da nossa sociedade mesmo maior do que a pobreza. O endurecimento dos discursos moralistas pode, como outrora, novamente nos levar para um endurecimento dos mecanismos institucionais. Não é preciso que tenhamos uma ditadura apenas pelo VEIO militar. Há ditaduras de diversos modos, a militar foi apenas a expressão de um tipo de ditadura. Disto ninguém parece dar-se conta. Enquanto olhamos assustados meninos serem mortos pelo tráfico, pobres morrendo à míngua sem assistência médica nos hospitais públicos, e uma mídia EMPODERADA como a que temos, assustamo-nos. A população precisa empoderar-se e rejeitar análises fáceis de jornalistas, da grande mídia e da imprensa marrom. Mas, para isto é preciso LIBERTAR os professores e as escolas, erradicar qualquer forma de moralismo. Sem isto, sob o olhar atento de poucos analistas sérios, o Brasil vai se constituindo de um ponto de vista político em uma nova ditadura, mas desta vez sem a maior participação dos militares. A ditadura que vem se constituindo no Brasil é a midiática. Este poder é difícil de barrar. Afinal, já dizia um certo filósofo: onde está a voz lá está o poder.
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