ENQUANTO PROFESSORES são massacrados pelo governo com um PISO SALARIAL DE R$ 1697,00 o governo federal resolve BANCAR - com o dinheiro alheio - JOGADORES DE FUTEBOL que não enriqueceram nas décadas de 1950-60 e 1970. DE FATO, país do FUTEBOL. Que tal contratar jogadores para ensinar QUÍMICA, FÍSICA E FILOSOFIA, hein? Eles dão alegria, mas não desenvolvem o país; os professores ajudam a desenvolver o país e são tratados como LIXO. Grato por tudo, dona Dilma Rousseff. Tenho dito!!!!
Jogadores campeões de Copas do Mundo terão aposentadorias especiais
Ex-futebolistas que jogaram em 1958, 1962 e 1970 terão benefício especial na aposentadoria
por Estevan Muniz, da Rede Brasil Atual
publicado
,
última modificação
20/12/2012 13:23
1 Comment
O time brasileiro campeão do mundo de 1962. Projeto do governo federal dará prêmio e aposentadoria a jogadores (Arquivo RBA)
São
Paulo – Na manhã desta quinta-feira (20), o
ministro da Previdência Social, Garibaldi
Alves Filho, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, assinaram uma
portaria interministerial, que concede auxílio especial aos
titulares e reservas das seleções brasileiras campeãs das Copas do
Mundo dos anos de 1958, 1962 e 1970. Eles receberão um complemento, a
partir de janeiro do ano que vem, que lhes assegurará o teto da
aposentadoria do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), além de um prêmio especial de R$ 100 mil.
O benefício havia
sido prometido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006
e foi inserido na Lei Geral da Copa, que foi sancionada pela
presidenta Dilma Rousseff em junho e define as regras da realização
do mundial que ocorrerá no Brasil em 2014.
Para
Garibaldi, trata-se de um ato de justiça. “Quem nos deu as
alegrias que eles nos deram, merece muito mais do que estamos fazendo
hoje e do que o presidente Lula idealizou. Ele tinha razão, eles
mereciam uma aposentadoria digna, mas a previdência tem que pensar
no seu aspecto doutrinário e na sua sustentabilidade e por isso
estamos atendendo a convocação e dando a César o que é de César”,
afirmou ele na cerimônia de hoje.
Rebelo, no evento, disse que uma
dívida está sendo paga. “Creio que o povo brasileiro reconhece
essa dívida para com esses atletas, alguns vivendo com dificuldade e
outros, infelizmente, já falecidos, mas o benefício alcançará
àqueles que necessitam dele e a suas famílias. É bom ressaltar que
o futebol na época não oferecia salário, patrocínios, como hoje,
os atletas eram quase como artesãos e o país não pode conceber que
aqueles que elevaram o nome do país passem por dificuldades”.
De
fato, diferentemente dos futebolistas de hoje em dia, nem todos os
que jogaram pela Seleção Brasileira nesses torneios tiveram uma
situação confortável após o fim de suas carreiras. O atual volume
de recursos aplicados pelas empresas no esporte, em forma de
publicidade, praticamente inexistia na época. E a remuneração dos
futebolistas dependia de seus clubes e do salário pago pela
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no período em que jogavam
“Era
muito diferente naquela época. Não tinha essa publicidade. A gente
só conseguia viver bem”, contou José Macia (77), o Pepe,
bicampeão mundial, à RBA. Com 405 gols marcados em 750 partidas,
ele foi um dos maiores artilheiros do Santos, perdendo só para Pelé. É considerado também dos maiores ponta-esquerda da
história do futebol brasileiro e foi um exímio cobrador de faltas.
Pepe seria titular das seleções de 1958 e 1962, mas pouco antes de
ambos eventos, sofreu lesões, sendo legado ao banco e substituído
por Zagallo. Jogou no Santos até 1969 e na Seleção até 1965.
Desde então, como treinador, passou pelo próprio Santos, pelo
Atlético Mineiro, pelo Ponte Petra, entre outros no Brasil, treinou
times também em Portugal, Japão e Quatar e a Seleção Peruana. “Vivo
bem em um apartamento aqui em Santos, mas nem todos os meus colegas
daquela época tiveram a mesma sorte que eu. Muitos deles estão com
problemas sérios de saúde. O Gilmar (goleiro bicampeão também)
teve um AVC. Até o Clodoaldo tem que trabalhar bastante para viver
bem. Minha aposentadoria mesmo não dá o teto. Esse benefício vai
ajudar. E já havia sido prometido há um tempo, mas parece que agora
vai sair, e fico com a sensação de que estamos sendo reconhecidos
pelo nosso trabalho. E é bom receber esse prêmio antes de morrermos, afinal fomos campeões há muitos anos”, comentou Pepe.
Clodoaldo
Tavares de Santana (63) é um dos mais conhecidos corretores de imóveis
de Santos, mas ele já foi um grande volante também do clube da
cidade e marcou um gol contra o Uruguai na Copa do Mundo de 1970,
quando fez parte da Seleção. Assim como Pepe, não recebeu
qualquer convite para a cerimônia de hoje, nem tinha ciência até então do
que ganhará exatamente . “Estive com
o ministro Aldo Rebelo esse final de semana em um uma homenagem que
me fizeram aqui em Santos, e ele me disse que o benefício já está
encaminhando. Tem jogadores de futebol que não
têm aposentadoria. Quando a gente jogava, o recolhimento dos
jogadores do INSS mudava muito. Não sei muito bem o que vai
acontecer, mas de qualquer modo, tenho minha aposentadoria, por conta
do esporte e pela profissão que executo na área imobiliária”,
disse.
Ele
contou que, mesmo durante sua carreira no Santos, já trabalhava no
setor imobiliário. “ Comecei a trabalhar com 11 anos de idade, e
mesmo jogando, já gostava do ramo imobiliário. Adquiri um bom
conhecimento na área de construção civil e , depois que parei de
jogar, segui por esse caminho mesmo. E foi ótimo”, contou. Ele
concorda que o benefício ajudará muitos ex-jogadores. “Mesmo a
pessoa que ganhou pouco dinheiro teve uma estabilidade à época. Mas
é um gesto bacana, de homenagem também”.
O
jornalista esportivo e pesquisador da história do futebol Celso
Unzelte contou que, de fato, esses ex-futebolistas não ganhavam mal,
mas acredita que o benefício da aposentadoria vai ajudar a maioria
das equipes. “Por serem campeões do mundo, jogadores de Seleção,
já eram privilegiados em relação à classe. Ainda assim, embora
ganhassem bons salários para a média dos trabalhadores brasileiros,
nem em sonho ganhavam o que ganham os jogadores de futebol hoje. A
gente pensa logo nos titulares, mas os campeões são 22 em cada
Seleção. E tem muita gente ali que está em dificuldade atualmente,
e, para essas pessoas, vai ser muito importante”, comentou. Sobre qual
era os salários desses jogadores, comparando com valores atuais , ele
respondeu: “É muito difícil fazer esse tipo
de comparação, mas você pode considerar que, com o que eles
ganhavam na época, dava para comprar casa ou apartamento a prazo.
Não era que nem hoje. E os interesses também eram outros. Eram
pessoas mais simples, com interesses mais restritos”.
No
ano passado, houve uma polêmica entre os ex-jogadores Carlos Alberto
Torres e Eduardo
Gonçalves de Andrade, o Tostão, ambos campeões mundiais em 1970,
respectivamente, como lateral-direito e meia. À imprensa, Tostão
se opôs ao benefício, afirmando que dinheiro público não deveria
ser gasto dessa forma. "É
um demagogo, pode escrever aí. O Tostão não precisa ficar falando.
Ele teve mais sorte que os outros, é médico. Mas tem gente que não
foi preparada", disse Carlos Alberto,
referindo-se a Tostão, em
reportagem do portal UOL do ano passado. Em resposta, Tostão disse:
"Demagógica?
Não sou bilionário. Só entendo que o governo não pode pegar
dinheiro e distribuir assim. E os campeões de outros esportes, as
outras classes? Um artista que elevou o nome do Brasil também
poderia pedir esse benefício”.
Para
Unzelte, o benefício é “o mínimo que podemos fazer para essas
pessoas”. Não se trata de um gasto excessivo de dinheiro público.
“Eles entraram pra história, são pessoas notórias. É claro que
se colocarmos em um ambiente mais macro, vai se perguntar realmente porque
beneficiarmos jogadores de futebol e porque não atletas de outros
esportes, mas aí também a gente entra em um ciclo vicioso e não
vai chegar a conclusão alguma. Não é nenhuma mordomia, nem nada
de outro mundo. Está se garantindo um teto do INSS. Aqueles que
estiverem bem, se quiserem abrir mão do prêmio, podem doar”.
Ele
afirma que o reconhecimento a esses jogadores só está ocorrendo por
conta da Copa do Mundo de 2014. “Esse é o momento em que o futebol
vai ficar mais em evidência. Esse tipo de coisa, espontaneamente,
não iria pra frente. Esse pessoal ganhou esses títulos há décadas,
e só agora essa bola está sendo levantada. Tem de se aproveitar
esse momento especial, que é a Copa do Mundo no Brasil, para fazer
justiça, ainda que tardia".
Segundo
a assessoria de imprensa do Ministério da Previdência Social, só indígenas agricultores e pescadores artesanais têm
aposentadoria especial semelhante a essa. O dinheiro para o benefício na
aposentadoria sairá do Tesouro Nacional e será administrado pelo
INSS, mas o prêmio, que está isento do pagamento do Imposto de
Renda, será garantido pelo ministério do Esporte, como prevê a Lei
Geral da Copa, mas ainda não se sabe quando ele será pago.
O ministério do Esporte terá de fazer um levantamento
da relação dos ex-jogadores até dia 31 de dezembro, apontando quantos
receberão o benefício e o prêmio e quais famílias receberão no lugar dos
falecidos, algo determinado também pela lei. Esposas ou companheiras e
filhos menores de 21 anos ou
inválidos de ex-jogadores que já morreram receberão o benefício
da aposentadoria.