Há muitas possibilidades de análise para explicar a derrota de Cássio Cunha Lima (PSDB) e a vitória de Ricardo Coutinho (PSB). Talvez, a análise mais fácil seja aquela que começa a ganhar espaço pelas redes sociais, pela crítica mais boba e dos menos inteligentes. Há também aquele outro tipo de análise romantizada, ideológica, aquele tipo que encara a política como um instrumento de mudança global, nacional, regional e mesmo local. É o tipo de análise mais progressista, mais pró povo, mais fraca e também a mais franca. Espera-se que os candidatos reeleitos, especificamente, Ricardo Coutinho para o governo do Estado e Dilma Rousseff para a presidência da República consigam ALEITAR os mais fracos desta República, deste Estado. No fundo, nem ganhamos, nem perdemos absolutamente nada. A mesmice ou o que nos vendiam como MUDANÇA só caberia, de fato, em relação à MUDANÇA, caso conseguíssemos transcender, não apenas pela alternância de governo ou de modelos de gestão, para uma nova sociedade, uma sociedade sem Estado, sem este Direito disciplinar, sem estes poderes locais, regionais, nacionais, globais que nos caçam, nos vigiam, nos mantem sob controle. É improfícua qualquer outra discussão, qualquer outro debate em qualquer outra direção. Qualquer outro debate sem que seja neste nível reduz-se à mera especulação ideológica, à marcas ideológicas de formas de governo. No fundo, tanto faz Ricardo ou Cássio, Dilma ou Aécio. O que os diferencia não é a sua sigla partidária. Os partidos estão partidos não por acaso. Eles guardam os múltiplos interesses, mas dentro do mesmo PADRÃO ideológico, da mesma expectativa de poder. Do ponto de vista GENÉTICO do poder uns podem ser considerados progressistas e outros conservadores. E é assim que se comporta o eleitor... Ora demasiadamente conservador - conforme as circunstâncias e os interesses - ora progressista respondendo, assim, às seduções pluripartidárias de nossa realidade política. Só há uma verdade à qual todos nós devemos nos render: por trás das aparências não há nenhuma essência e, como vimos, o sujeito é feito na caminhada. Ressurgem das cinzas de seus próprios discursos Dilma e Ricardo. Aécio e Cássio saem deste pleito um pouco mais pobres. Na Paraíba forma-se um novo líder dos pobres e oprimidos, um neomessianismo começa. Cabe aos fortes retirarem-se para a sua montanha. Tenho dito!!!!