sábado, 26 de janeiro de 2013

Em Paris até heterossexuais marcham em favor do casamento gay

QUEM SOMOS PARA JULGAR QUEM É DIGNO DE SE CASAR?

Li este texto no Le Monde com um nó na garganta. Os homossexuais não deveriam ser aqueles que em nome das liberdades contestaria, em tese, as formas institucionais das prisões? Não deveriam os homossexuais formar suas famílias sem a necessidade do reconhecimento da decência, da moral, do bom costume, da forma institucional do casal? Não deveriam os homossexuais marchar, justamente, pela derrubada de toda institucionalização? Já não há mais "avanço" se é que um dia houve. O sexo anal já é até mesmo uma MODA entre os heterossexuais e uma felicidade para o casal hetero que não deseja uma gravidez; o sexo anal já não tem mais aquele elemento transgressor. Dá a bunda hoje em dia é normal. O grande francês Guy Hocquenghem que escreveu "O BURACO DO MEU CU É REVOLUCIONÁRIO" já havia prenunciado este novo estado de coisas como nesta belíssima passagem de uma de suas obras:

"Chegará o tempo em que o homossexual não será nada além de um turista do sexo, um membro gentil do Clube Mediterrâneo, que foi um pouco mais longe do que os outros, cujos horizontes do prazer são um pouco mais largos do que os da maioria de seus contemporâneos. [...] E cada um trepará em sua classe social, os executivos dinâmicos respirarão com delícia o cheiro da loção após a barba de seu parceiro e até mesmo o papa não conseguirá mais distinguir nenhuma desordem nisso tudo. [...] A nova bicha oficial não irá procurar aventuras perigosas e inúteis nos curto-circuitos entre as classes sociais. Claro, experimentará um pervertido sexual, experimentará o punho enfiado no ânus ou a flagelação, mas como o frio bom senso das revistas sexológicas, não na violência social, mas na técnica do sexo. Pasolini era uma criatura tardia, a sobra prodigiosa de uma época a caminho do desaparecimento (Guy Hocquenghem: "A contestação homossexual, 1980)"

Eis aí o fim de uma época, por conseguinte, o começo de outra. A diferença entre um heterossexual e um homossexual é apenas o nome. Tenho dito!!!!


"Qui sommes-nous pour juger qui est digne de se marier ?"




Lors de la manifestation en faveur du mariage homosexuel du 16 décembre, à Paris.
Lors de la manifestation en faveur du mariage homosexuel du 16 décembre, à Paris. | AFP/LIONEL BONAVENTURE


Avant la manifestation de dimanche 27 janvier pour défendre le projet de loi ouvrant le mariage aux couples de même sexe, nous avons demandé aux manifestants d'expliquer les raisons de leur mobilisation. Les réponses à notre appel à témoignages ont été très nombreuses et variées, et se répartissaient à parts égales entre homosexuels, pour la plupart non militants, et hétérosexuels. La quasi-totalité des réponses a souligné que la manifestation des "anti", le 13 janvier, les a convaincus de la nécessité de descendre dans la rue. La plupart des manifestants sont installés en région parisienne, mais certains "covoitureront" de plus loin, Lyon, Rennes ou Toulouse.
Pour retrouver les arguments des opposants au mariage pour tous : consultez notre récit de la mobilisation du 13 janvier et destémoignages de jeunes manifestants.
DES HOMOSEXUELS "BLESSÉS" PAR LA MANIF' DU 13 JANVIER
  • De Bruxelles à Paris, nous montrerons notre solidarité par Emilie

Le 22 septembre 2012, à la mairie de Bruxelles, je disais "oui" à ma femme. Nous avons eu la chance de naître dans un pays qui a légalisé le mariage homosexuel il y a dix ans. Nous serons présentes dimanche à Paris pour montrer notre solidarité à tous ces couples d'hommes ou de femmes qui n'ont pas la même chance que nous. A toutes les personnes qui sont descendues dans la rue pour que les "autres" qu'ils jugent différents aient moins de droits, j'aimerais dire que derrière chacun de leur slogan choc, il y avait des hommes et des femmes infiniment blessés. Nous nous sommes senties "salies" par tant de mépris.

  •  Une famille presque banale par Julien
Je suis membre des forces de l'ordre, en couple avec un homme et papa d'un petit garcon adopté a l'âge de 16 mois. Si demain je me fais tuer en mission, mon fils sera, à nouveau, orphelin. Je manifesterai pour montrer que nous existons et que nous sommes presque une famille banale... Presque, car nous n'avons pas les mêmes droits que les couples hétérosexuels. Nous sommes en train de réaliser une seconde adoption et espérons bien rapidement que les droits de mon conjoint seront reconnus et respectés.