sábado, 12 de fevereiro de 2011

15ª parada gay de São Paulo: Polêmica!

Os evangelhos quando lidos na visão gay se tornam um pouco engraçados dado ao vernáculo específico. Lembra aquela cena em que o Demônio tenta Jesus no monte? Pois é, uma pequena leitura gay diz o seguinte a respeito do mesmo fato:

Demo: Te joga pintosa...
Jesus: Não me tente, pão-com-ovo.

Mas, para além das brincadeiras, a 15º Parada do Orgulho Gay (SP) - Gay Pride - resolveu provocar a Igreja e levantar a polêmica com o slogan "Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia". Isto foi o suficiente para que setores mais "progessistas" do movimento gay brasileiro repudiasse a Parada de São Paulo. Motivo? Relacionar a religião cristã - que vem perseguindo os homossexuais desde as cidades de Sodoma e Gomorra - NÃO é nada interessante, além de que, o que se deseja não é o debate RELIGIOSO, mas as políticas públicas - dentre as quais se destacam a lei anti-homofobia e o pacto de união, traduzindo, o CASAMENTO GAY -. De outro lado, estão os gays mais moderados do movimento, as bichas católicas, as coroinhas, quem sabe, até os próprio padres enrustidos, que querem ser incluídas na Igreja, que desejam afirmar o seu desejo cristão de dizer: "Sim, eu sou gay". Enfim, polêmica armada, confusão instaurada. Sou da mesma opinião dos gays mais radicais do movimento: IGREJA E RELIGIÃO FORA! Não por preconceito, mas, porque não se pode servir a DOIS SENHORES. Eis a palvra da SALVAÇÃO. Jesus estava certo... Orar a Deus e pactuar com ASMODEU... Deixemos isto para os partidários políticos de algumas siglas.

Contos da Cidade Baixa




Mãos na orelhinha. Calibre 38. Dona Celina é a dona do pequeno bistrô. Olha sem veemência para um velho alfaiate que lhe corteja a sorte. 

- Seja razoável... Apenas uma oportunidadezinha!

Nos porões da casa Lala e Anita no róseo telúrico do amor. Duas gaivotinhas flutuando sobre os jardins suspensos da Babilônia. Se lhe desse um beijo, cantava à medieval. Nada de mais duas mocinhas roçando nas artes do bem, do amor.

- Não sei o que me dar... Tua boca me amarra, teus seios - estas duas mimosas florzinhas, este dois bijourzinhos que são os teus mamilos, Lala... Que Deus me freie os instintos loucos!

O abajur fosfóreo lambendo as perninhas delicadas de Anita. Silhueta perfeita grudada como visgo na parede, presa à doce e dolorosa paixão. No salão o velho alfaiate insiste com a dona do bistrô:

- Quem pensa que sou? Faço a senhora feliz, arrumo a sua vida, dou-lhe de tudo quanto queira, mas por favor...

Peito com peito, de repente, mamilozinhos em riste dos olhos, descendo até a boca, dois surdos gemidinhos de gozo, arrepio na silhueta perfeita de Anita. Quartinho de porão, recanto das abelhas mestras, rainhas, mel d'uruçu, lambente, ó, doce pavio de ninar.

(Este é um continho do meu livro "Contos da Cidade Baixa", espero que agrade)