domingo, 23 de outubro de 2011

Os adúlteros, as sacanagens da justiça e o juízo final

De repente, deparo-me com a seguinte admoestação: "Ficarão de fora os CÃES, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras e todo o que ama e pratica a mentira Ap. 22:15". Pensei comigo: "Aí fodeu". Estaria o Apocalipse referindo-se, de fato, e literalmente, aos cães que nascem sem pecado no mundo, pois não são frutos do pecado original - a desobediência sexual de Adão e Eva no Éden - ou ao estilo de vida dos filósofos cínicos? Então, pensei, o Apocalipse só podia falar dos "cães" no grego kyon/kynós. Bom, então, seria muita sacanagem condenar ao lago de fogo e enxofre (inferno) os pobres cães que nada têm que ver com a sacanagem que Adão e Eva praticaram no paraíso. Portanto, cães neste caso devem ser interpretados como os filósofos gregos da Escola dos Cínicos que pregavam a vida como a dos cães: sem pudores em demasia. Mas, eu penso que os mentirosos não deveriam ser condenados, menos ainda os homicidas, também não deveriam ser condenados os idólatras, muito menos os adúlteros... A propósito são os adúlteros quem sustentam ainda e em bom ritmo a instituição do casamento: este sacramento! Não fosse pelo adúltero, a família já teria se esfacelado de vez. Uma boa 'cangaia' no final da tarde suaviza o espírito do garanhão trabalhador que ao chegar em casa encontra aquela baranga velha em casa a cuidar dos rebentinhos grudentos chamando o bom cidadão de "painho". Neste caso, o homem ao praticar o adultério desobedece o mandamento que ordena não mentir, não levantar falso testemunho; ele também comete um homicídio, da palavra do Senhor. Para fugir dos problemas gerados ele aceita até feitiço e aí comete o pecado da feitiçaria, vai vivendo feito cachorro e termina amando e praticando a mentira. Bom, o adúltero ainda assim é aquele que mesmo matando, idolatrando, geralmente, sua amante, lançando e aceitando feitiços, carrega com hombridade e segurança o casamento e mesmo em pecado ele cumpre ainda o grande ordenamento,ou melhor, o mandamento: "crescei e multiplicai-vos Gn. 1:20". No final disto tudo, o homem termina nas barras do tribunal de in-justiça. Será forçado a pagar de 10 a 30% de consignação alimentar (pensão alimentar) aos grudentinhos que ajudou a pôr no mundo; terá, provavelmente, uma inimiga para o resto da vida lamentando-se do marido perdido para a amante. No final de tudo, ainda pode ser assassinado pelo filho que não suportando a perda do pai na infância e quando adulto, então, resolve acertar as contas: um pouco por ele próprio, outro tanto por conta da mãe que fora abandonada cheia de meninos. Para terminar, o adúltero ainda será lançado no fogo do inferno, vai sofrer pela eternidade. Sacanagens da justiça, injustiças do céu: o homem não merece tanto desprezo. Tenho dito!

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Deus, os Ateus, o Diabo, os Nerds, Eu e o escambau

A insistência dos ateus em "provar" que Deus não existe ou, pelo menos, tornar inteligíveis seus argumentos, tem me dado um tesão danado. Fico excitado em ouvir tudo o que eles têm a me dizer. Ouço um ateu me dizer: "Desonra o teu pai, avacalha o nome da tua mãe", "Cobiçarás o marido do teu vizinho gay", "Coma a empregada doméstica, a passadeira, a copeira e o mordomo para que ele guarde silêncio de todas estas coisas". Do outro lado da rua, então, um vizinho meu que é xangozeiro, que vive cheio de guias - fazendo o tempo inteiro oferendas pra xu-maré - e não dá um passo sem que antes jogue algumas pétalas de rosa branca e faça umas mandingas. Na escola primária, lembro-me, depois da grande lição da minha vida - "O homem é um animal político!" - o tesão passou a ser: "por que sou inteligente?". Nossa, passava horas pensando, querendo descobrir por que em todas as formas de vida a única que era inteligente era a humana, nós, e ainda assim o filósofo nos considerava animais. Horas na mesma posição aos gritos da professora: "João, João, é a tua vez de responder". Foi, então, quando cheguei à universidade... Eu, ah, eu queria ser filósofo. Aprender aquelas coisas todas, responder com grandes questionamentos facultativos para os meus vizinhos os seus diminutos e incertos modos de questionamento. Tudo que me diziam eu fazia aquela cara de filósofo, então, duas grandes pregas apareciam-me na testa. Estava provado, eu, João, estava me tornando filósofo: a barba cresceu, meu cabelo cresceu... Pronto. Então, descobri na universidade que Freud veio ocupar o lugar de Papai Noel, mas na minha cabeça eu me perguntava: "Quem eram as renas do Freud?". Papai Noel era apenas um símbolo fálico com a marca da coca-cola um amigo me contou. Nossa, eu estava muito excitado. Mas, rápido descobri que o pensamento científico não tão diferente daquele pensamento popular, dos botecos, dos cabarés... É que na universidade o pensamento vem travestido de um linguismo, às vezes, complicado de entender (tem de ser difícil pra não ser igual ao outro)... Mas, no fundo, era a mesma coisa. O prof. doutor da universidade se arma tanto quanto um bêbado que quer tragar a sua cachaça. Discursa tão bem quanto uma puta que quer convencer o seu cliente a pagar o quarto numa pousada surrada, feia, fedorenta, inóspita. Enfim, toda uma história de vida: Deus morreu. Os ateus decadentaram, o nerd foi embora e eu... Ah, eu... Eu o escambau, servo das estroinices mais infames prováveis. Tenho dito!

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Que show lindo... Ai, ai... Bom domingo!!!!!