Resposta ao pastor Silas Malafaia
Imagine o pastor Silas Malafaia acusando alguém de ser preconceituoso. Soa tão irreal quanto o senador Demóstenes Torres reclamar da corrupção no País. Mas, convenhamos, o Brasil é uma terra peculiar e os dois casos acontecem, e muito. Malafaia parou por alguns minutos a sua contínua pregação contra homossexuais (uma de suas principais estratégias para arrebanhar fiéis, frisa-se) para enviar um e-mail à redação. Os endereçados eram a repórter Beatriz Mendes, do site de CartaCapital, e os editores da revista.
O motivo: a repórter assina matériaem que relata a pressão dos movimentos LGBT sobre a Avon, empresa de cosméticos que disponibiliza catálogos de livros aos clientes – entre estes, obras de Malafaia, o homem em plena cruzada para eliminar a homossexualidade da humanidade.
O pastor chama Beatriz de “preconceituosa”, “ridícula” e “tola”, somatizando na repórter questões profundas que ele precisaria discutir com seu próprio terapeuta. De quebra, sugere que ela seja gay, o que faz dele, além de tudo, um futriqueiro.
Diz Malafaia: “A jornalista é tão preconceituosa e ridícula nos seus comentários que ela diz: ‘Em 2006, foi ele [Silas Malafaia] o responsável por uma manifestação diante do Congresso Nacional contra a lei criminalizadora da homofobia. Na ocasião o pastor afirmou que relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo são a porta de entrada para a pedofilia’. Que absurdo a deturpação dessa preconceituosa jornalista que escamoteia a verdade! O que eu disse foi: ‘O PLC 122 é a porta de entrada para a pedofilia, pois no seu preâmbulo está escrito a livre expressão sexual’.
Carta Capital