sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A SOCIEDADE CONTRA O ESTADO: fim do contrato social

Na Parahyba o governador tem olvidado as suas prerrogativas e imaginado que a República voltou a ser Reinado, Império. Tem feito ouvido de mercador para as reivindicações daqueles que o colocaram sentado na cadeira onde estar. Mas, evidente, que isto não se dará sem prejuízos tanto para os que o colocaram lá - no poder institucional - quanto para o seu próprio. Ricardo não aceita retrato seu nas repartições por julgar ser isto demasiadamente um culto à personalidade do governante, mas no bastidor ele se autoproclama o DONO DO PODER, é o que transparece. A clássica aula de J.J. Rousseau em "Do contrato social" pareceria elementar a um homem tão experimentado na vida pública como é Ricardo, mas vale apena recapitular: "A pessoa pública, formada assim pela união de todas as outras, tomava noutro tempo o nome de cidade, e hoje se chama republica, ou corpo político, o qual é por seus membros chamado Estado QUANDO É PASSIVO, soberano se ATIVO, poder SE O COMPARAM A SEUS IGUAIS. A respeito dos associados, tomam coletivamente o nome de POVO, e chamam-se em particular cidadãos, como participantes da autoridade soberana, e vassalos, como submetidos às leis do Estado". De ponto a ponto ONDE será que o POVO está no des-governo de um governo que se acha soberano, posto que ativo institucionalmente, que procura calar - através de mecanismos judiciários - as vozes contrárias à sua? Evidente, meus caros, para Ricardo Coutinho, passamos por seus VASSALOS: devemos estar submetidos às leis do Estado. No absolutismo ricardista, não esqueçamos, Ricardo Coutinho é o Estado: "L'État c'est moi" (O Estado sou eu). Suas práticas políticas são muito perigosas e acertadamente o POVO reage às suas práticas exigindo RETRATAÇÕES e RECONDUÇÕES da agência política, uma vez que, em COMUNIDADE, em SOCIEDADE, as ações do Estado não devem, não podem ser ACEITAS como a de uma pessoa individual, como não sendo a ação do próprio povo. O Estado, portanto, deve ser encarado como o POVO. Em sendo, pois, o Estado o PRÓPRIO POVO, o povo não pode aceitar que a sua ação se volte contra si mesmo já que ninguém age contra si mesmo para prejuízo próprio. Por isto a agência política individual de Ricardo Coutinho é tão rejeitada, posto que não encontra eco, ressonância nas hostes onde fora gerada. Tal análise, enfim, leva qualquer leitor mediano a compreender que o que vem pela frente é pesado, talvez, a mais pesada das reações que este povo da Parahyba já viu. É a ação coletiva, isto é, o próprio Estado reagindo contra uma figura, uma pessoa, neste caso, contra o governador. Se Ricardo não for muito rápido, de fato, poderá ter sua cabeça guilhotinada. Tenho dito!!!!

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