É bastante comum o péssimo jornalismo ventilar notícia alarmante, criminalizando os já criminalizados. Difícil é algum jornalista peitar a violência institucional do Estado e produzir uma matéria acusando o Estado de bandidagem institucionalizada. Os crimes praticados pelos traficantes da Parahyba não superam nem em nível, nem em grau os crimes praticados pelo próprio Estado (dentre os quais cito: péssima remuneração ao servidor público, institucionalização da diferença do trabalhador, etc) que usa da força, da violência institucionalizada para conter uma força que lhe foge ao controle e à qual jornalistas sem o menor preparo intelectual escrevem matérias idiotas assustando a população, pior, colocando a população contra o que eles apelidam de "traficante". Maior tráfico pratica o Estado, o de influência, que coloca o pobre cidadão na margem da sociedade e ainda o criminaliza quando este tenta resistir ao destino imposto. Bom, o fato é que a reportagem publicada pelo Portal Ig sobre a violência no Estado da Parahyba fez com que o governo do Estado da Parahyba convocasse uma reunião às pressas para tratar o assunto. Sei que é difícil fazer com que uma população semi-analfabeta como a da Parahyba coloque a questão em debate e em um debate de nível. É mais fácil para o meio midiático manipular a notícia, a informação, criando falsas ilhas de criminalidade: e, claro, em ano de eleição tudo piora um pouco mais. Acusar um pobre que não teve direito nem ao básico de criminoso é uma tremenda covardia. Usar argumentos idiotas como fazem os jornalistas incentivando a população a não resistência, a conformar-se com a miséria é sempre mais fácil e mais cristão. Enquanto esta mídia idiota incentiva a população à resignação os poderosos do Estado faturam ano a ano verdadeiras fortunas e o Estado estende seus tapetes vermelhos para esta população rica. É preciso chamar o debate, aprofundar as questões, não se iludir com o que a mídia diz. A matéria chama de facções do crime 'Okaida' e Estados Unidos, mas o problema não é Okaida e Estados Unidos... O problema é o Estado brasileiro, especificamente, o da Parahyba que com seus mil tentáculos ultraja desde o berço estes cidadãos - falo dos menores, não do grande traficante -. A grande diferença entre o tráfico e o Estado é que o tráfico, ao que parece, cuida com zelo de sua organização, o Estado, dispendioso e bufão, claro, não. Como diz um colega... O Estado, o grande deflorador de criancinhas. Tenho dito!!!!!
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