quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

FIM DO CELULAR: Fim da Educação? O que uma coisa tem a ver com a outra?

Farei a citação do professor Sugata Mitra, do Massachussetts Institute of Technology (MIT), leiam atentamente, por favor: 

O celular foi ficando melhor, mais barato e rápido. Se eu tivesse que fazer uma previsão, diria que ele vai desaparecer em 5 anos [...] O que a educação deve fazer quando os jovens tiverem o Google nas suas cabeças? Como você vai saber que um contabilista é mesmo um contabilista ou se ele está apenas usando o Google? O significado da educação, do diploma, terá que mudar em menos de 10 anos

VOLTEI. É uma realidade. MODÉSTIA à parte, quando eu ensinava no Ensino Médio eu já encorajava meus alunos a reagirem contra meus colegas professores/as. Em que precisamente: no decoreba, na relação alun@/professor@. As aulas de geografia eram uma chatice, as de língua portuguesa davam sono. Sem falar que todos aqueles teoremas, toda aquela trigonometria deixava os pobrezinhos atordoados e muitos me indagavam: "Prof. João, pra que tudo isso?". Eu lhes explicava que o problema não era o conteúdo a ser passado, mas, como era passado: as escolas ainda insistem no velho modelo tradicional e, pior, insistem na autoridade papal dos professores, dos pedaBOBOS e dos diretores escolares. A escola de hoje não tem atrativo, pior, é extensão de grandes presídios. As avaliações são idiotas, imbecis. A propósito, alguém aí já se indagou o que querem os professores e o sistema escolar com seu sistema de avaliação? Ah, alguém muito bem intencionado, ingênuo dirá: "Mas, ora, João, evidente: a avaliação é para medir o conhecimento do aluno". Será mesmo? Só para que o meu leitor tenha ideia, as técnicas pedagógicas que hoje conhecemos têm seu começo nas técnicas disciplinares militares (séc. 18), toda a divisão em séries, mais atualmente, em anos, tem seu começo nas técnicas militares de aproveitamento do tempo. O sistema de avaliação por nota é admitido e praticado ainda hoje, mas sua intenção precípua está muito além de auferir/medir APENAS o conhecimento que o aluno adquiriu, senão, em medir, realmente, o grau de controle que a Escola/ESTADO/SOCIEDADE conseguiu ter sobre o aluno. Quando se fala em CONTROLE, claro, estou me referindo também a um determinado tipo de saber que é transmitido e DISCIPLINADO nas escolas. Não é à toa que as matérias também são chamadas de disciplinas, enfim. Concordo com o prof. Mitra que é preciso mudar os métodos de ensino. A escola precisa adequar-se às novas realidades. Comecemos por trocar os professores mais velhos, aqueles com pouca formação ou com formação inicial muito precárias. Troquemos os professores moralistas, os cristãos falidos, os vassalos do poder institucional. Libertar a escola dos métodos, das disciplinas não é tarefa fácil e não compete a um poder legal. A escola mudará, será transformada, mas esta não será obra de ninguém: a própria realidade social forçará e passará por cima de qualquer ideia contrária. Tenho dito!!!!

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