quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O sexo, o amor e a puta que pariu

A queda da heterossexualidade tem causado terror pelo mundo inteiro. A propósito, hoje era o dia, segundo um pastor malucão dos States, em que o mundo ía acabar. Pelo jeito, Sodoma e Gomorra alçaram voos mais profundos e dinamizaram as ações sexuais: expansão do novo Éden. Conversando, então, com uma senhora, ela me explicava que não conseguia entender como é que alguém paga por sexo, por exemplo. "Isso pra mim é prostituição. Sexo pago? Nunca!". Fiquei com a história na cabeça... Bom, então, o rapazola garanhão vai buscar a namorada para uma belíssima trepada, antes, porém, ele a leva numa lanchote, paga-lhe como bom "cavalheiro desinteressado que é", um hot-dog. Depois, vão trepar no carro (sexo no carro é hiper-barato e mais gostosinho porque aí tem o perigo na margem). Pagar o lanchinho, gastar com gasolina e ainda ter de aturar uma mocinha de "família" não é pagar por sexo? Bom, neste caso, tendo a acreditar que as putas se domiciliaram. A tal senhora é casada há 25 anos e nunca trabalhou fora de casa. Cá pra nós, esta aí se plastificou, se mumificou. Dependendo do ângulo que você olhar, a menininha de família é uma putinha mal paga, porque se deixou comer por um hot-dog e uma conversa mole; a senhora dona de casa se deixou escravizar por um "sabido" que há 25 anos dá-lhe apenas de comer e lhe encheu de filhos. Ah, mas é aqui que entra o discurso do amor... Naturalmente, inventado pelos homens. Diga que ama a mocinha, que lhe quer carinho e enfie-lhe até os ovos... Dizem os mais experientes: "Elas acreditarão". Dê bom-bom, dê perfume, faça carinho...O garanhão cumprirá à risca.. O pai da mocinha saberá entender, afinal de contas, ele também praticou a ação do gigolô moderno: aquele que finge dá pra poder comer. E aqui, pois, com a queda a heterossexualidade como regra inexorável, parece, o negócio é trepar. A nova estética da existência, então, é sexual... Trepar, assim, virou a salvação. Ou morremos de tédios, ou perecemos de tesão. Os heterossexuais passam por uma crise de identidade e correm aos consultórios analíticos para saber como devem mamar as suas esposas e estas, por sua vez, perguntam se devem praticar sexo anal com seus maridos... Afinal, os gays instauraram uma disputa, a meu ver, desleal: as mães de família estão perdendo: cada vez mais os homens casados estão dando a bundinha mais do que chuchu em cerca de vara. Mas, há quem diga que o sexo não é nenhuma redenção e que o descontrole sexual tem produzido novas doenças sexuais que não estão ao nível das DST's, por exemplo, mas ao nível psiquiátrico: a compulsão sexual. Pergunta muito frequente, então, nesta nova realidade de coisas é: HÁ AINDA LUGAR PARA A TRAIÇÃO SEXUAL? Então, pergunta uma mocinha a um velho analista: "Se eu sair com outro cara, eu não trairei meu namorado?". Tempos modernos, o sexo vira enlatado em que não vale a pena filosofar. Que se dirá como resposta? "Vá trepar, filha, é o lado fisiológico amalgamado com o desejo de variação infinita". Sem ressaca moral, sem aquele peso pesado do pecado original, sem a traição tradicional, o sexo vai se transformando na redenção de muitos e no calvário de muitos outros, porque ao contrário do que muitos pensam há uma moralidade (regra) na nova ordem sexual que não passa apenas pela fisiologia e pela anatomia. Falo da regra do desejo, da invenção de sua necessidade, do objeto sexual desejável que não está no próprio desejo como forma, porque o desejo é potência, mas na relação que este mantém e sustenta com o fabricado social. Um cu, por exemplo, não é apenas desejável por ser cu. A anatomia aqui, praticamente, não vale nada. Ninguém come um cu apenas pensando que é um cu. @ "don@" do cu é que é o objeto mais profundo diante da superficialidade anal, sexual em que vem se transformando e liquefazendo-se o sexo, a sexualidade e a puta que o pariu. Neste caso, as profundidades estão todas ao nível da superfície, ao passo que, as superficialidades hoje ocupam o lugar do grande profundo. Tenho dito!

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