sexta-feira, 21 de junho de 2013

O DIA 20: O QUE MUDOU E EM QUE MUDEI EM RELAÇÃO AO MOVIMENTO PASSE LIVRE

VI tudo o que as televisões brasileiras ontem puderam mostrar a respeito das manifestações do MOVIMENTO PASSE LIVRE. Posso garantir que nada de tudo aquilo que vi me surpreendeu ou me assustou ou mesmo me fez mudar de ideia, de posição. Mesmo que em algumas capitais como Salvador e Belém  os confrontos tenham sido deflagrados, para mim, nada mudou e até consolidei o que já pensava. Continuo vendo tais ATOS PÚBLICOS como inócuos.
É verdade que vibrei quando as chamadas televisivas mostravam Salvador e Belém em chamas, tudo pegando fogo e ficava meio espantando com cenas pacíficas quando eram mostradas em outras capitais. Tomando um distanciamento próprio de quem não quer se deixar seduzir, alucinar, via em todas aquelas cenas uma vontade de poder muito grande de uma população ao exigir mudanças. Mas, não creio em mudanças externas, institucionais da água pro vinho ou por mecanismos de políticas públicas. A mudança deve começar na individualidade e esta é, por assim dizer, uma REVOLUÇÃO muito mais difícil.
Há um caráter meio infantil-revolucionário nestas manifestações de caráter popular. E vou dizer que caráter é este. Imagina-se, tem-se, verdadeiramente, fé que com tais atos e anseios as coisas devam mudar de alguma forma - alguns até já dizem que mudaram, pois o GIGANTE acordou -. Na verdade, só consigo encontrar ANÕES com grandes pretensões e mesmo que existam milhares de anões este conjunto não forma um GIGANTE, porque a natureza do Gigante é outra que não a soma de pequenas partes. Mas, voltando ao assunto... Exigem-se melhores condições no serviço público de saúde, de educação, transporte, etc. etc. Mas, sejamos um pouco mais frios. A população exige MUDANÇA no Sistema de Ensino, mas quem pensa o ensino neste país e qual é sua mentalidade? E o sistema de saúde e de transporte e quais são suas mentalidades?
Há ENORMES distâncias entre AS MANIFESTAÇÕES MENDICANTES e as REALIDADES EFETIVAS a partir de quem pensa todas estas coisas. Não se pode EXIGIR melhor padrão de EDUCAÇÃO no país sem exigir antes efetiva LIBERDADE de ideias. Uma escola, por exemplo, é um complexo moral e quem decide o que se deve ensinar nas escolas? Particularmente, sou professor e me distanciei do MAGISTÉRIO por encontrar enormes barreiras morais às minhas pretensões de des-educador. Um professor necessita de LIBERDADE, mas o que se ver nas escolas é uma realidade completamente agressiva. Professores (as) estão pres@s a determinadas correntes político-ideológicas e metodológicas, teórico-pedagógicas das quais é impossível livrar-se. Imagino que nas áreas de saúde e outros serviços básicos aconteça a mesma coisa. Faz décadas que ouço a mesma cantilena: É PRECISO LIBERTAR AS ESCOLAS.
Estas manifestações têm como escopo a superficialidade. Ficam ao nível do desabafo. Não se pode mudar um país sem mudar os seus valores. E os valores destas manifestações parecem nortear-se pelo que a imprensa dia e noite divulga como MOVIMENTOS PACÍFICOS. E os focos de resistência armada a mesma imprensa classifica como VANDALISMO. A menos que tais manifestações tenham um caráter BUDISTA, TAOISTA tais manifestações não deveriam nortear-se por princípios de paz, mas sim pela guerra. A propósito, neste caso, a guerra é necessária. De um lado todas as instituições falidas na forma de governos e do OUTRO, ironicamente, o POVÃO tentando sua RECUPERAÇÃO. Aí está, então, todo o caráter de tais manifestações: uma ORTOPEDIA POPULAR. Tenho dito!!!!

Nenhum comentário: