quarta-feira, 2 de maio de 2012

Renan Palmeira dá ENTREVISTA ao Mix Brasil sobre sua candidatura: LEIA NA ÍNTEGRA!!!!

Eleições: Pré-candidato gay à prefeitura de João Pessoa fala ao Mix sobre sua campanha


Renan, pré-candidato a prefeito
O professor de história e militante LGBT, Renan Palmeira, 25 anos, tornou-se conhecido nas últimas semanas na mídia brasileira como o primeiro pré-candidato assumidamente gay a disputar a eleição de uma prefeitura de capital.  O pré-candidato do PSOL a prefeito de João Pessoa, Paraíba, entende que a grande vitória até o momento foi trazer a bandeira dos direitos humanos e dos direitos de LGBT, das mulheres, negros e juventude como central na disputa política.



Como o partido o elegeu como pré-candidato?
Atuo há 10 anos dentro da militância do partido, sou um dos fundadores do PSOL em meu Estado. Possuo um histórico de militância que começou com a liderança do movimento estudantil no partido e há quatro anos assumi uma prática de militância LGBT no partido. E como professor sempre defendi as pautas de educação. Esse histórico me credenciou a disputar a pré-candidatura a prefeitura. Mas mesmo assim contei com a resistência de setores sindicalistas, da esquerda mais tradicional, que temia uma candidatura estigmatizada. Também foram resistentes setores religiosos. Mas minha candidatura se sobressaiu pela crítica às estruturas tradicionais e por uma política mais autônoma.



Qual será público eleitoral?
A candidatura é uma crítica ao sistema político da Paraíba e por isso tento um diálogo com setores dos movimentos sociais, entre eles o LGBT, feminista e negro. Também estou desenvolvendo contato com religiões afrobrasileiras e com a juventude. O trabalho com direitos humanos também é uma forma de inserir essas questões no eixo da esquerda mais tradicional.



A comunidade LGBT de Alagoas já o vê como representante?
Tenho em mente que nem todos os LGBT vão votar em mim, mas procuro um diálogo sobre as perspectivas de direitos humanos. A pré-candidatura é muito recente, com repercussão nacional e regional de apenas três semanas. Mas já conta com simpatia inicial nas redes sociais e com o próprio movimento LGBT de João Pessoa, pela minha representação e atuação na comunidade anteriormente.



Além das questões LGBT, quais serão seus temas na campanha?
Vamos bater muito na política de transporte público e mobilidade de João Pessoa. Pelo crescimento recente e desordenado da cidade, o transporte não atende com eficiência a população. Temos uma das tarifas mais caras do Brasil, para um serviço desordenado e com atrasos. Precisamos de uma política de mobilidade urbana para congelar os preços de tarifa até o final da gestão e futuramente reduzir, e dessa forma incluir populações hoje excluídas do transporte. Também quero promover um diálogo sobre ciclovias, o passe livre-estudantil e a urbanização de calçadas, que hoje sofrem com a falta uniformização e acessibilidade. Estamos discutindo também a criação de coordenadorias regionais ou zonais, para descentralizar a elitização da política na capital da Paraíba. O modelo político da prefeitura ainda é muito excludente. Outro foco é o debate sobre produção de cultura, que visa valorizar artistas regionais e promover a cultura mais popular. Além da construção de espaços culturais, como bibliotecas e cinemas em áreas periféricas da cidade. Essa é uma candidatura que pretende construir diálogos sociais, com movimentos de saúde, educação e grupos sociais. É claro que a bandeira LGBT será central e discutida. Por exemplo, com a criação de casas de abrigo e redes de proteção da mulher, do negro e dos LGBT.

Conta com apoio de quem? E com quem se aliará?

Entre as personalidades locais temos o compositor Vital Farias. Do partido em âmbito nacional, o deputado federal Jean Wyllys e a ex-senadora Heloísa Helena. Buscamos uma aliança no campo da esquerda, com PSTU, PCB e segmentos não partidários como o PCR, a Consulta Popular e os movimentos feministas, de cultura, sindicais, de assistentes de sociais e lideranças estudantis.



Como está a recepção de sua candidatura pelos outros candidatos e políticos?
A vereadora evangélica Eliza Virgínia (PSDB-PB) chegou a questionar a força da nossa candidatura. Com o pré-candidato do Geraldo Amorim, participei de debates sobre Estado laico em que ele defendeu a manutenção de os símbolos religiosos em repartições públicas. Mas a recepção foi mais de espanto na cidade de João Pessoa. Senti mais uma curiosidade do que negação. Porém sei que há um segmento tradicional na política e alguns confrontos apareceram na campanha.



Quais estratégias de divulgação serão adotadas na disputa?
Nosso tempo na mídia é relativamente reduzido. Além do apoio do quadro nacional do PSOL no programa partidário, vamos trabalhar atividades de rua, no corpo-a-corpo e a perspectiva de utilizar as redes sociais para falar com a juventude.

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