O aumento de 10% foi, sem dúvida, uma grande conquista. Mas os pós-graduandos continuarão na luta pelo reajuste imediato de 40% do valor atual.
O 23º Congresso Nacional dos Pós-Graduandos chega ao terceiro dia com a sensação de quem conquistou uma batalha em meio a guerra. Fruto da intensa mobilização, travada há quase quatro anos, o valor da bolsas de pesquisas ganhou aumento de 10% nesta última sexta-feira (4), anunciado pelo presidente da CNPq, Glaucius Oliva. O reajuste é visto com bons olhos por todos os pós-graduandos, mas é entendido como insuficiente para o desenvolvimento pleno das ciências e tecnologias.
Por isso, para discutir um novo posicionamento na campanha #MinhaBolsaNaoAumentou, APGs de todo país se reuniram na manhã deste sábado (5), em mais uma atividade do Congresso. Foi unânime a posição de que o reajuste proposto não cobre a inflação nem as metas do Plano Nacional de Pós-Graduandos (PNPG) e, que, no mínimo deve se chegar ao aumento de 40% do valor atual. Nesse sentido, as entidades propuseram intensificar as mobilizações através de uma nova fase da campanha, convocando um calendário nacional de atividades, que inclui entre outras tarefas, a organização de uma caravana rumo a Brasília.
Luana Bonone, diretora de comunicação da ANPG, avaliou que a conquista só foi possível porque os estudantes seguiram unidos na batalha. “Eu não tenho dúvidas que a vitória parcial é fruto das reivindicações e do nosso esforço coletivo em aprovar esta medida. Não somente pelo grau da mobilização, mas pela bandeira, acertada para ser apresentar aos estudantes. Devemos seguir juntos nessa nova fase da campanha”.
A questão da expansão do número de bolsas de pesquisa e de uma política de assistência estudantil também foram abordadas como fatores cruciais.
Juliano Quintela, presidente da Associação dos Pós-Graduandos da Unifesp, levantou outro ponto que entusiasmou os participantes: é preciso estimular outros estudantes a participarem do movimento, afinal, a política faz parte da ciência e a ciência ajuda a promover a política.“Devemos continuar cobrando uma postura do governo através de e-mails, abaixo-assinados e até caravanas. Mas, é importante levar aos colegas a importância que tem a mobilização pelas conquistas concretas. É preciso deixar claro que gastar energias com as reivindicações é justo, é de direito e dá resultado se todos estiverem unidos”, avaliou.
Patricia Blumberg, de São Paulo.
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