quarta-feira, 18 de abril de 2012

FALO MEU FELA O TEU CORPOZINHO INOCENTE Ou O dia em que Tenório lambeu com seu “pau” o ‘teu’ corpo todinho


Amanhã faz dois dias que não trepo, Glorinha... Infernos!!!
Já tentou a oração da solidão?
Que oração é essa, Glorinha...?
Aquela que se faz no banheiro, imitando comandante de embarcação: uhn, aixe, uhn... Olha a onda, acorda: plaft...
Porra, Glorinha, falei sério, meu.
Mas, o problema é emocional, orgânico ou de terceira via?
Terceira via? Que é isso?
O ‘falecido’ já não aguenta mais tanta carícia; pare de sacolejar o pobrezinho, dê um tempo que ele volta a empinar...
Sei não, Glorinha, o problema não é empinar... Empina que é uma maravilha...  Dois dias sem uma gozadinha... Não consigo nem mais consolar o coitadinho... Dorme nos ovos como galinha chocadeira, triste por não “esborrar”...
Vai ver, os dois ovinhos chocam e nascem dois pequenos “pintinhos”... Fazem amizade, saem até pra virar a noite, juntinhos.
Nojenta... Bem que você podia me ajudar, chegar junto, fazer uma carícia, uma lambidinha não seria nada mal... Beijinho na boca, chupinho na língua, um “meu amor” aqui, um “eu te amo” ali, tudo falsamente, quem sabe eu não gozaria?
E o que eu ganharia com isto?
Dando certo, no mínimo um “bucho” e um “filhinho” pra chamar de teu... Meninão graúdo, filho de um macho valentão, cheio de energia, macho, homem de “responsa”, lindo como vossos olhos hão de me enxergar... Todo “chei” das nove horas, talhado na malandragem... Garboso, lindo e cheiroso... Um macho pra chamar de teu...
E eu lá quero um “bucho” teu, desgraçado... Punheteiro inveterado, preguiçoso, malandro, tapado e maconheiro como tu... Não seria um moleque que nasceria, mas uma filial do capeta que abriria.
Por minhas pernas não escorrega qualquer um não... E tenho dito!
Degraçada, infeliz, puta das costas rocha...
Puta é aquela “véia” que te cagou pro mundo, “féla”...
Ah, vá-te...
Vá-te!
[Silêncio... Virando a esquina mais próxima]
Seu Amâncio... Dona Justa se acha em casa?
Até pensei que fosse um assalto...
Oxe, e por quê?
Baixe o “guarda” e pergunte de novo...
Perdão, Sargentão, é que estou naqueles dias... Preciso dá uma gozadinha, mas as cabritinhas não querem pastar no meu capinzal, sabe como é, né? Dona Justa trabalha com magia, então, imaginei que indo lá, quem sabe, ela não me ajudasse?
Está em casa sim... Vá devagar, procure a sombra, baixe aí o “guarda” e cuidado... Dona Justa é sempre justa, não é à toa que tem esse nome...
Pode deixar...
[...]
Oh, de casa... Oh, de casa...
Quem vem de lá? É magote, peba, peroba, capadócio, histrião, felá da puta, putão, verminoso, malquerente, ungido de serpente, doido ou bebarrão?
Só sou eu, dona Justa, Tenório...
Vixe, é tudo junto e misturado... Que vem de lá pra cá?
To carecendo de amor... A senhora entende, né, dona Justa? Inhá Glorinha não me quer... Me deixou desse jeito que a senhora mesma pode ver...
Com esta vara esticada, quase apontada em riste dos meus peitos qualquer santa já havia entendido...
Pois é, pedi até caridade a mulata graúda Glorinha... Fez pouco caso de minhas necessidades... Estou abrasado, quase queimado no fogo solitário da paixão, dona Justa...
Já se vê...
E qual é o remédio? Tem encanto pra esse tipo de coisa?
Magia tem pra tudo que é tipo de coisa e de necessidade mesmo que o camarada não seja uma beldade como tu... Eita, bicho “fei” do “carai”...
Assim a senhora me constrange, siá dona Justa...
É só uma broma... Carece levar a sério não. Mas, veja bem...Vou te passar os passos do encanto... Fazendo certo e bem não há como não amarrar a moça mais desejada...

** Em tempo publico o final desta história...

João Cândido Tessar

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