DEPOIS das merecidas críticas do ex-senador biônico Wilson Santiago (PMDB-PB) o senador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) resolveu AGIR - em boa hora,claro! -. Cássio revelou que tem dois projetos para a área de educação: autonomia das universidades brasileiras e Enem. Vejam só: "No final da próxima semana estamos terminando o planejamento estratégico do gabinete e neste ano tenho um olhar muito especial para os temas da educação como apresentar projetos de lei em duas áreas: primeiro a regulamentação da autonomia das universidades e novos critérios do Enem onde considero que haja injustiças que nacionalizam a escolha das vaga incluindo alunos que não tenha tido uma educação mais fortalecida, por exemplo, 90% dos estudantes de medicina são vindos de outros Estados; é uma escolha muito desigual". A desigualdade não está na ESCOLHA dos cursos, na admissão dos concorrentes, a propósito, já imaginaram se os pobres - falo daqueles sem a menor condição intelectual - entrassem para as faculdades de medicina o que aconteceria? Vejam, não estou me referindo à pobreza econômica, financeira, mas à pobreza intelectual que afeta, naturalmente, muito mais de 90% dos pobres que é consequência da má distribuição de renda: pobre não pode pagar escola de melhor nível e as que o Estado oferece são pra lá de precárias. É a isto a que me refiro. Essa população de pobres intelectuais não tem a menor condição de levar adiante qualquer faculdade, não se restringe só à medicina. O governo investe muito pouco em educação, muito pouco e muito mal. É a isto a que anti-cotistas fazem alusão. É preciso investir contra a mentalidade segundo a qual a educação superior é a salvação financeira para os pobres, nalguns casos, até é, mas este não deve ser o marco diretório que futuros cientistas devem focar. É preciso investir forte numa mentalidade contrária a esta ideologia mesquinha que tem feito de homens de negócios verdadeiros imperadores na área de educação ajudando a sucatear ainda mais o status da ciência, da educação no Brasil. O governo deve primeiro como condição de melhorar os índices de educação no Brasil distribuir melhor a renda. Só para termos uma ideia... Um professor formado em filosofia ganha INFINITAMENTE menos do que um médico clínico para receitar cibalena em comunidade carente em postos do programa de saúde da família (PSF). Pergunta: de onde vem esta diferença? Como ela se instituiu e ganhou força, terreno, na seara do poder público? Por que é que a medicina é mais importante do que a filosofia, a geografia, a matemática, a física, a química, a biologia? É preciso questionar os fundamentos que sustentam esta divisão negativa, então, veremos acontecer um grande salto na educação do Brasil. Antes disso é apenas discurso político-partidário de direita como o proferido pelo tucano Cunha Lima. Tenho dito!!!!
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