quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Maurício de Nassau não é NOSSA

Eu nunca gosto de comentar assuntos relacionados à minha profissão, afinal de contas, sou um professor em processo de doutoramento (gostaria de imaginar que todas essas coisas são meras quimeras), ainda nutro sonhos sobre o desenvolvimento intelectual, científico deste país a que há muito as universidades públicas perderam e as universidades privadas sequer conseguiram alcançar e, talvez, sem uma ADEQUADA INTERVENÇÃO do MEC - Ministério da Educação e Cultura - jamais alcançarão. Bom, o fato é que as FACULDADES MAURÍCIO DE NASSAU estão sendo alvo de DENÚNCIAS gravíssimas sobre contrato/dispensa de funcionários (causas trabalhistas), sobre irrelevante estrutura física de suas dependências, pior, sobre a forma de INGRESSO dos universitários naquela instituição: geralmente, por meio de uma prova agendada: uma dissertação. Bom, mas não quero entrar em outros méritos senão aqueles relacionados, justamente, à forma de ingresso nesta instituição. De acordo com a REPRESENTAÇÃO CONTRA AS FACULDADES, pode-se ler o seguinte a este respeito:

3.         Da forma de ingresso na Instituição
3.1                  Em razão da pequena quantidade de vagas nas instituições públicas de ensino superior, vêm recaindo, cada vez mais, às instituições de ensino privado a responsabilidade pela formação dos futuros profissionais de diversas áreas, garantindo que, aqueles que ingressem nos cursos, estejam, de fato, preparados para receber o ensino adequado, tornando-se bons profissionais.
3.2                  No entanto, é de conhecimento geral o ingresso facilitado de alunos na Faculdade Maurício de Nassau/JP, que ocorre por meio de prova agendada em que se constrói apenas uma redação, conforme denúncias recebidas por este representante.  [o grifo em negrito é meu]
3.3                  Todas essas circunstâncias revelam, a mais não poder, que a instituição de ensino superior Maurício de Nassau de João Pessoa, não se encontra em regular funcionamento, descumprindo deveres éticos, morais e legais, fornecendo sofrível serviço de ensino superior, em face dos requisitos exigidos pelo Ministério da Educação e Cultura.

Não posso concordar que o motivo, pelo menos, aparente de tal conduta das Faculdades Maurício de Nassau se dê em detrimento do número de vagas ofertadas pelas Instituições de Ensino Superior Públicas que, segundo o texto da Representação, decresce a cada ano; os motivos são outros, evidentemente. A Maurício de Nassau enquanto Instituição de Ensino Superior, leitura muito particular que faço, não é a única a facilitar o ingresso de alunos nos quadros de seus clientes; a Universidade Federal da Parahyba o faz também, mas por métodos mais ilibados, uma vez que, o Processo Seletivo Seriado da UFPB deixa a desejar. Recentemente a Universidade Federal da Parahyba foi alvo de uma polêmica em que um professor do Departamento de Engenharia considerava a UFPB como um COLÉGIO DE PERIFERIA tal o nível educacional, segundo o professor, que se deixa transparecer. Com a mercantilização do conhecimento sob a vulgar desculpa de que é preciso DEMOCRATIZAR O CONHECIMENTO, a iniciativa privada tomou conta dos instrumentos de conhecimento, dominou a sua força de produção e inventou um discurso maravilhoso - o da democracia do ensino - para deixar livre o real interesse daqueles que são os verdadeiros DONOS DO SABER: o LUCRO. Uma turba de crianças - geralmente proletárias - sem formação inicial adequada (Ensinos Fundamental e Médio), então, são BOMBARDEAD@S com o discurso da FORMAÇÃO SUPERIOR - mesmo que eles não queiram, nem desejem tal formação - e que sem isto é IMPOSSÍVEL a felicidade e a boa vida econômica. Caso tivessem prestado mais atenção naquelas aulas chatas dos professores de História saberiam defender-se contra tais discursos perniciosos que se travestem de ovelhas para esconder a face cruel do Lobo Mau. Verdadeiros batalhões de "profissionais" são jogados porta a fora destas Instituições de Ensino Superior sem a menor perspectiva de emprego, pior, sem a competência exigida, sem uma FORMAÇÃO CIENTÍFICA DE EXCELÊNCIA (o ensino superior); sequer sabem, de fato, o que aconteceu em toda a sua vida "acadêmica". Não conseguem aprender nem o BÁSICO da vida acadêmica (A CAPES já fez denúncias graves a este respeito e eu aqui as publiquei): a lidar com os métodos de pesquisa, com as regras necessárias para a confecção dos trabalhos acadêmicos tendo, quase todos, que recorrer a algum mascate da ABNT ou a um escriba-fariseu que oferece a sua mente e a sua pena para confeccionar um trabalho acadêmico para que o douto universitário tente enganar a si próprio, a seus pais que custearam na base do sacrifício seus estudos superiores e aos professores, enfim, a toda a sociedade. As faculdades Maurício de Nassau depois de julgadas e sentenciadas culpadas (se esta for a sentença) serão apenas a ponta do iceberg. Há muitass faculdades de ensino privado espalhadas pelo país e aqui na Parahyba elas têm se multiplicado. Sei de casos em que algumas instituições contratam apenas GRADUADOS para ministrar as aulas; tal é o nível... Bom, engane-se quem quiser... O ensino PRIVAD@ traz a sentença de sua QUALIDADE no próprio nome. Evidente, há raríssimas exceções. Tenho dito!

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