O ex-governador cassado e senador eleito Cássio Cunha Lima (PSDB) em palestra realizada no 1º Fórum de Debates Jurídicos realizado no teatro Paulo Pontos (Fundação Espaço Cultural) voltou a se lamuriar da MOROSIDADE da JUSTIÇA e saiu para o ataque ao considerar que "Não há democracia fora do alcance do voto popular. Juiz nenhum pode substituir o povo, caso contrário, ele estará desvirtuando o poder emanado pelo povo". E aí é que sentimos a LIMITAÇÃO intelectual do ex-governador e senador eleito sem mandato. Primeiro porque parece que Cássio reduz a DEMOCRACIA ao voto popular; segundo, porque parece desconhecer a função do poder judiciário no processo eleitoral, no seu principalmente, onde aparece vícios, daí, a sua arenga com a justiça. Mas, destemido o ex-governador vai mais além e dispara: "Não é justo que enquanto eu esteja na situação 'a definir', outro esteja no meu lugar, já que a Parahyba tem um representante que não teve votos e nem o respaldo popular". De fato, o senador Wilson Santiago não teve o 1 milhão de votos que Cássio teve, mas também é certo que o seu lugar de senador não é ilegítimo e Wilson não pode ser apedrejado, nem imputado por "desvios eleitorais" do próprio ex-governador que o levaram a esta malfadada situação política, como diz ele próprio: a DEFINIR. Se há uma instituição a ser resposabilizada é a instituição judiciária. Voltando um pouco mais à questão da DEMOCRACIA... O ex-governador sabe que a DEMOCRACIA não se reduz ao voto popular mesmo porque os fundamentos filosóficos da DEMOCRACIA são contraditórios desde o princípio que eles são pensados e, geralmente, eles não são pensados, questionados, perqueridos pelos políticos que se apropriam de um discurso tacanho para sair em suas próprias defesas quando necessário; qualquer escolar sabe melhor, ao que parece, do que o ex-governador Cássio deste ridículo que ele, em causa própria, proferiu a uma classe de juristas que se não sorriu em face de sua presença o fez, certamente, no esconderijo de seus lares (os juristas). Aí está mais um desesperado que se julga consagrado pelo voto popular, mas se obstina em atacar os fundamentos jurídicos e filosóficos daquilo que tenta, vorazmente, proteger. Eis a contradição de um político senão do sistema político brasileiro como um todo. Tenho dito.
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