terça-feira, 14 de junho de 2011

Senado aprova projeto de lei que obriga escolas a se posicionarem, a combaterem o bullyng

O que é mesmo bullyng? Genericamente, é um constrangimento físico ou verbal ou a combinação de ambos. Bom, eu vou me retirar um pouco do âmbito escolar, quer dizer, do seu lugar-comum para tratar do bullyng institucional, político, econômico, etc. O governo constrange um funcionário quando paga menos de um salário mínimo líquido por mês a ele, bem como, a iniciativa privada que segue o péssimo exemplo da norma governamental. Quer ver só uma coisa? Quanto você acha que Ricardo Coutinho paga a um médico clínico contratado pelo Estado? Quanto será que ganha um professor de matemática, por exemplo, com mesmo nível de escolaridade - neste caso, apenas graduação -? Se isto não é constranger o professor de matemática que conte outra! Ou será que isto não é bullyng institucional, que provoca no professor de matemática uma enorme vontade de deixar de ser professor, de desacreditar de suas potencialidades? O que você acha de um diretor escolar do Estado ganhar uma gratificação e o professor em sala de aula não? Isto não é constranger o professor em sala de aula? Ah, dirá você: "Mas, João, o diretor tem outras atribuições que o professor de sala de aula não tem como, por exemplo, ser responsável pela escola". Justamente, é por isto que ele não está em sala de aula, não precisa se preocupar com elaboração de planos de aula e curso; não precisa fazer avaliações que não avaliam nada, nem ninguém e são chatérrimas, não precisam corrigir e lançar nota em cadernetas, fazer aquela horrorosa chamada que toma quase um terço da aula, nem precisa elaborar re-teste para alunos mal escolarizados no final do ano. Bom, depois disto, você não acha que é um desestímulo para o professor em sala de aula, um constrangimento da secretaria de educação, do governo do Estado? O que dirá, então, um estudante de medicina do 3 ano que não pode de forma alguma exercer a medicina, receitar sequer uma cibalena para dor de cabeça, porque a lei diz que isto é EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA, DA PROFISSÃO. Agora, senhores, será que o estudante de medicina não ficará constrangido ao saber que tanto o Estado da Parahyba quanto as inúmeras prefeituras deste Estado, bem como, a rede privada de ensino CONTRATA professores de todas as áreas que não terminaram seus cursos? Será que isto não é exercício ilegal da profissão? Ah, não... O professor mal formado não matará ninguém ao dá uma aula de história vazia ou ensinar uma equação doida em sala de aula. Afinal de contas, quem liga pra educação, né mesmo? Bom, depois deste bullyng institucional em que se coloca todos contra todos chegamos à fase final do bullyng na Escola: os alunos que praticam bullyng entre si. A lei que será aprovada na Câmara dos Deputados é para PENALIZAR os alunos, não o Estado que paga mal a uma categoria e se desmancha de elogios e paga muito bem a outra sem NECESSITAR explicitar o fundamento desta diferença da sua política salarial: por que um professor ganha infinitamente menos do que um médico com mesmo nível escolar? Por que um diretor escolar merece uma gratificação gordinha e estar fora da sala de aula, ao passo que, os outros professores têm grandes responsabilidades e não são agraciados com os mesmos regalos que o diretor? Sem falar na briga entre merendeiros e secretários, vigilantes e inspetores. Pelo visto, este projeto não alcança a totalidade do que deseja. A Escola continuará no seu processo de constrangimentos. Procura-se constranger menos de aluno para aluno, mas na cadeia dos seres viventes da escola o sofrimento entre os iguais em profissão supura e fede. Tenho dito!

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