quinta-feira, 31 de março de 2011

DE MUITO BOM HUMOR: O buzão da Capital


APUROS DE UM POBRE AO PEGAR UM BUZÃO EM JOÃO PESSOA
 João e Demétrio assinam este texto

A primeira grande indigestão da manhã é ter que tomar um buzão, pior, é ter de andar a pé até o ponto. Em se chegando são e salvo lá, no caso das moças, o perigo só aumenta. Corre-se o risco da moça de família engravidar pelo simples fato de sentar no banco. Em pé, o risco triplica. Há sempre uma piroca sabida, louca, numa cueca espremida querendo soltar o seu veneno. Naquele rami-rami da manhã, às 6, 7, a pobre moça trabalhadora, honesta, do lar, desejou está em casa, enrolada, na sua bela caminha com cheirinho de magnólia e talco pom-pom. Mas, a pior desgraça mesmo é que buzão gruda na gente. Você senta e parece que colocaram visgo. Aí você, inteligentemente, segura naqueles ferros das cadeiras. Pronto, tomou no cu duma vez. Nunca mais você se livra daquele grude que cola nas mãos mais do que a high-tech super-bond. Sem falar que pregado na cadeira você ainda pode contar com ajuda de um crente fanático que te condena ao inferno eterno; ele te olha, e você amedrontado finge que não é com você. Mas não tem jeito: lá está ele, abrir sua pasta de couro sintético – já surrada – e a tirar sua “blíbia”, como quem tira uma arma do seu coldre. E vem o
evangélico, com sangue no olho, cheio de certeza que a Palavra irá te queimar ali mesmo, no buzão. E tome sermão. O sermão é publico, olhem só! Mas parece que ele está querendo falar a você! Logo mais adentra no “coletivo” um “coxo”, arrastando suas pernas pelo piso vomitado com cheio de Pipos, a estirar suas mãos pedindo seu dinheiro. Quando o calvário parece não ter mais fim, você olha para o “usuário” ao lado e o vê quase petrificado, fazendo de tudo para não olhar o pobre ‘esmolé’... Só que não tem jeito. Este, malandramente, toca em seu braço e pede, impiedosamente, pelo seu suado trocado. Por que eles não sobem nos carros que passam ao lado do buzão? Bem que dá vontade de jogar, como um sapinho. Chega a ser relaxante saber que tal sofrimento é compartilhado por outrem... E naquele chacoalhar eterno do motorista, parando e acalerando, parecendo mais um caralho numa bronha, o pobre coitado do usuário chega ao seu destino. Chega, mesmo que vilipendiado, humilhado, evangelizado, abusado sexualmente, e com perfume de ferro de ônibus. Mas ainda tem a segunda parte, na hora da volta!!! Hehehe Como diria o outro, meus “pêso”!!

PS.: Você acha que tem POLÍTICA no mundo capaz de ACABAR com este "bom humor"?

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