segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Século XXI: na verdade, Século XIX

N@ século XXI a garotada, o que alguns chamam de Geração Y, colocou para trás a Geração X. Traduzindo este papo de gerações: na geração X (1950-70) a juventude era mais contemplativa, 'ordeira' digamos assim; a geração Y (1980-2011) tudo é célere, de fácil DEGUSTAÇÃO, desconstrução e reconstrução. Mas, por que eu to com esse papo de geração X e Y. Simples. Quer dizer, não é tão simples. O fato é que uma batida policial em uma casa noturna - Século XXI - na Zona Oeste do Rio de Janeiro deu o que falar. Qual foi o moído? Encontram dezenas de jovens dentro da Casa Noturna bebendo, cheirando, fumando, possivelmente, trepando e tal. Segundo se diz, havia cerca de 600 pessoas na casa sendo que 30% delas - isto é, umas 180 - era menor idade. Vou começar, portanto, pelo começo. Particularmente, não consigo entender por que um moleque de 16 anos, vamos dizer, não pode trepar (mas, é eleitor), manter caso amoroso-sexual com quem queira; pra mim isto é puro moralismo besta; depois: fumar maconha é uma realidade da juventude, como fumar pedra de crack ou cigarro que a Sousa Cruz vende em qualquer estabelecimento comercial. Os jovens de hoje não vivem mais sob as idéias e conceitos de gerações passadas, digamos, dos nossos avós. Por que a autoridade BIOFISIOLÓGICA, por exemplo, deve ser posta em segundo lugar por uma autoridade moralista? Traduzindo: o corpo diz que estamos prontos a fazer sexo, mas a moral diz quando é do seu interesse que isto aconteça. Por quê? A quem interessa preservar determinados discursos moralistas? É muito difícil aceitar as novas idéias, mas elas estão aí e estão sendo praticadas, não há o que fazer senão aceitá-las em sua realidade. Juventude hoje em dia é quase sinônimo de DROGA. A mídia todo dia faz um estardalhaço a este respeito. Mostra jovens assassinados por conta de dívidas contraídas junto a traficantes. Certo. Mas, quem disse que isto será resolvido impedindo que jovens usem drogas como maconha por exemplo? Por que imaginar que todos os nossos problemas sociais - ou pelo menos boa parte deles em relação aos jovens - derive do uso de drogas ilícitas? Isto é um problema midiático. Dezenas de jornalistas sem o menor preparo intelectual estão nas redações dos grandes panfletões escrevendo seu INDEX. Milhares de radialistas estão todos os dias no rádio sem a mínima formação adequada para atuar no veículo de comunicação; seu único papel é recrudescer moralismo e desinformar uma população massificada pela ignorância a respeito de determinados assuntos além, claro, de fazer sensacionalismo e à míniMa contestação, diz: querem CENSURAR a imprensa. A imprensa todos os dias CENSURA as informações e desinforma a população e não há nada, nem ninguém que lhe breque o instinto ditatorial. Pequenos e grandes mercenários dirigem os principais veículos de comunicação aqui na Paraíba. Passam-nos a notícia através de suas lentes, editam o que não desejam mostrar, fazem e desfazem ao seu bel-prazer e assassinam em seus calabouços quem lhes interessa assassinar. Pouca coisa podemos fazer contra uma imprensa tão forte que congrega os valores moralistas ainda do século XIX e ao defender interesses escusos faz-nos crer, como é o escopo da idéia de justiça, que nos faz melhor o bem -. Eis aí a grande revolução dos poderosos: silenciar através da sua fala midiática. Quanto aos jovens menores de idade do Rio de Janeiro, detidos, fica aqui a minha solidariedade. Mas, o que podemos fazer? Ainda existe o pátrio-poder, ainda existe o Estado, ainda existe a Igreja e todas as outras instituições e todas, claro, ao que parece, a reboque da imprensa nacional e local.

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