segunda-feira, 10 de março de 2014

A inteligencia do LEPO LEPO, a riqueza de É O PENTE e a provocação de LIGA DA JUSTIÇA

SEI QUE OS CROPÓFILOS da ala mais pseudo-intelectualoide das universidades prezam pela sabedoria de Chico Buarque de Holanda ou pela divinizada Elis Regina. Nem mais pretendo discutir isto. Como sempre, toda vez que algum novo produto da "massificação musical" ou algum novo produto sob a crítica frankfurtiana da Industria Cultural é lançado no mercado venho aqui e tento demonstrar que nem tudo é tão RUIM quanto parece. Assim aconteceu com LEVA NOIZ e A LIGA DA JUSTIÇA, também assumi a defesa do É O PENTE de OS HAWAIANOS. Também farei a DEFESA, claro, do LEPO LEPO. Primeiro SALIENTAR que todas estas produções não são tão IDIOTAS, sem SENTIDO como querem crer os seus críticos menos avisados. Se você quiser uma dica, aí vai. O QUE É O PENTE senão a GRANDE E MAGNÍFICA METÁFORA da modernidade? Afinal, É O PENTE o que separa as esferas que antes, na tradição, não descolavam (o ideal da MODERNIDADE é, justamente, a seperação, desembaraço das esferas: política, religiosa, científica, etc.). Afinal, o que é a LIGA DA JUSTIÇA - do LEVA NOIZ - que em todo o seu enredo narra a luta histórica entre os valores ocidentais, isto é, narra a grande batalha dos VALORES MORAIS de séculos que começam a ser vorazmente quebrados? Aí, então, se acha o SUPER-MAN (personificação dos valores cristãos, dos valores burgueses, etc.) fraco porque o LEX LUTHOR e o Coringa - os personificadores de valores mais subterrâneos chegam à superficie com grande força e esplendor e domina toda a cena -. Mas e, então, o que dizer de LEPO LEPO depois, por exemplo, de CAMARO AMARELO de Munhoz e Mariano? Lepo Lepo não é mais um MELÔ feito para fazer as MASSAS acalmarem-se, não é mais um MELÔ feito para que os supostos intelectuais o critiquem dizendo que não há nele nada produtivo, instrutivo ou moralmente elevado. Particularmente, acho que LEPO LEPO leva ao grande público uma crítica seria, muito embora bem humorada, divertida, erotizada como não deveria faltar ao gosto menos intelectual, quase cristão das massas. Ou seja, enxergo LEPO LEPO como uma CRÔNICA SOCIAL. LEPO LEPO estar em todos os jornais e blogues, está na pena, caneta ou no teclado de PC de algum jornalista idiota que escreve todos os dias sobre a superinflação, o risco país, o desejo dos mais pobres de pagar suas dívidas, a situação de vida do desempregado frente aos valores mercantilizados de nossa cultura; LEPO LEPO procura questionar de alguma FORMA os valores propalados e tão dançados desde CAMARO AMARELO. É uma sátira do compromisso aburguesado com o materialismo capitalista desenfreado não apenas pela classe media, não apenas pelos ricos, mas também pelos mais pobres. LEPO LEPO traz para a cena social e procura QUESTIONAR esta ostentação - não falo especificamente do FUNK OSTENTAÇÃO - dos sertanejos, dos forrós como é o caso de AVIÕES DO FORRÓ e o seu EU ERA FEIO AGORA EU TENHO UM CARRO. LEPO LEPO parece ter sido a única produção que elevou o tom da crítica, parece ser a única mais ingenua no quesito de valorização do AMOR ROMÂNTICO deflagrado desde o séc. XVIII quando, então, a instituição do amor era um jogo mercantil, um arranjo de negocios, um protecionismo do patrimonio familiar. Parece trazer, novamente, à cena estas cenas do amor revolucionario, desinteressado nos bens não duráveis, efêmeros. E se quiser, faz uma crítica da situação financeira do povo brasileiro massacrado pela forte carga tributaria, pela alta inflacionaria, pela deturpação dos valores pseudamente cristãos. Como ensinei a quem sempre esteve mais próximo a mim... Ser intelectual não é ter na bagagem intelectual um arsenal bibliotecario (ter lido todos os clássicos da literatura mundial, por exemplo) em mente como um crente fanático que decorou todos os versículos e capítulos bíblicos. Essa intelectualidade funcional é que faz da inteligencia a camisa de força da propria interpretação e gera o preconceito. A consciencia é que gera a DEFICIENCIA. Tenho dito!!!!!

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