terça-feira, 9 de abril de 2013

UM CULPADO: MUITOS CRIMINOSOS, Fernanda Ellen está MORTA

OUVI DIZER desde criancinha que "o" homem - perdoem-me as feministas - é bom; que com o cultivo de bons sentimentos chega a humanizar-se; nunca ocorreu a alguém alertar uma criança: "cuidado, "o" homem é selvagem e como diz mamãe "o" homem 'reina', onde 'reina' quer dizer, exatamente, que "o" homem é puro instinto. Os crentes da civilização rapidamente irão insurgir-se e os crentes da ciência logo procurarão "as" causas de um "crime" determinado, ou seja, - por que alguém mata? - é esta a pergunta mais fundamental. Livrando-me de todo os prolegômenos científicos e moralistas ou sentimentalistas é preciso encarar a realidade de frente: a sociedade não é natural, mas "o" homem que mata é; a sociedade é um artifício, um construto, uma aglomeração, uma associação em que os mais fracos encontram proteção e garantia de vida. Mas, os mais fortes - chamo forte aqui aquele que transcende o artificial onde artificial aqui quer dizer exatamente: moral, sentimental, etc. - continuam a conviver com os mais fracos e de repente, no encontro entre um e outro, a cena é pintada com crueldade e sangue. Assusta-nos, todavia, cenas desta "natureza", porque insistentemente o artificial (o nosso social) nos ilude e nos fragiliza. O nosso aperfeiçoamento, melhoramento - leia-se, nossa humanização - é a nossa pior produção ao longo dos séculos. Li hoje em alguns blogues homens corruptos - abutres do erário público - dando uma de bons moços, caridosos e com uma máscara moral-sentimentalista que não lhes convém nem num momento onde a cena jorra crueldade e sangue. O artificial nos puniu e nos castigou a um só tempo, mas fez do animal forte uma besta doente. Não há SÓ um criminoso neste caso de Fernanda Ellen - mas o sistema de segurança e a sociedade necessitam de um boi de piranha, de um pato, de alguém para apontar e culpar, de um CORDEIRO e elegem aquele que teve a coragem de finalizar "o crime" -. Provavelmente, os blogueiros larápios que recebem do erário público para babar os governos não se sintam culpados pelo crime de Fernanda, o governador do nosso Estado, talvez, até já tenha lavado as mãos; os analistas religiosos e os curiosos cientistas sociais já sentenciaram, já diagnosticaram, já encontram a CULPA e o seu culpado. Sufocaram a única ajuda que poderia ter vindo em socorro destas pobres criancinhas - a sua animalidade - por lorotas civilizatória de uma boba humanidade. Tenho dito!

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