sábado, 20 de outubro de 2012

AVENIDA BRASIL: O delírio dos pseudo-intelectuais e o gosto do POVO por uma boa história




ONTEM só deu Avenida Brasil. O dia inteiro. Os comentários intelectualóides se multiplicavam na mesma proporção que a ansiedade dos telespectadores para, em tese, saber quem foi o assassino de Max e qual seria o fim de uma das grandes vilãs da teledramaturgia brasileira: Carmem Lúcia, a Carminha. Bem, fiquei um pouco atônito com tantos comentários pelas redes sociais. Tinha gente dizendo "gostaria de ver este mesmo entusiasmo do povo em comentar um livro", outro dizia "Televisão e novela brasileira, ensina tudo como não se deve viver. Traíção, homossexualismo [SIC], malandragem, promiscuidade, desohestidade [SIC] e o povo ainda assiste e aplaude. Em que mundo vivemos?". Com vocês estão percebendo se por um lado o MORALISMO grita, por outro, a ideia de que um tipo específico de saber - o científico, bem entendido - deve predominar. No novo programa de Fátima Bernardes o grande Roberto da Matta até arriscou um palpite para o suposto assassino de Max. Quem dirá, portanto, que Roberto da Matta é um alienado, um idiota do povo, um homem que não sabe comentar um livro? Encontrei alguns professores doutores em verdadeiros debates intelectuais sobre o assunto: os comentários iam da psicanálise as teorias marxistas revolucionárias. Quem não dirá que Avenida Brasil não é um "LIVRO" sobre o qual se abre para um grande número de "leitores"? Um "livro" misto; de ficção e "realidade" que o POVO sabe ler, entender, amar, odiar, perdoar, desejar; afinal de contas, quem não desejou nem que seja por alguns segundos viver no bairro do DIVINO? Até os ricos da ZONA SUL não resistiram ao clima ardoroso, delicioso daquele subúrbio e, cá pra nós, que subúrbio! Um "livro" e tanto para psiquiatras, psicólogos, psicanalistas; um livro e tanto para historiadores, sociólogos, antropólogos urbanos; um livro e tanto para pseudo-intelectuais, afinal, é destes últimos que advém a nossa gargalhada. Alguns avanços de Avenida Brasil: um casamento entre quatro pessoas: 3 mulheres e um homem; um casamento entre 3 pessoas: 2 homens e uma mulher. O autor da novela Avenida Brasil, João Emanuel Carneiro, deixou o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL com um certo ar de atraso expelindo um odor pútrido de MEDIDAS ANTIQUADAS. Tenho dito!!!

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