Sem reajustes há quase quatro anos, o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, anunciou o reajuste durante a manhã desta sexta, no 23º Congresso Nacional de Pós-Graduandos.
Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) acaba de anunciar o resultado de uma importante luta dos estudantes pós-graduandos, travada há quase quatro anos: o aumento das bolsas de pesquisa em todo país.
A partir de 1º julho deste ano, o valor das bolsas, vinculadas tanto ao CNPq quanto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ganhará um aumento de 10% no valor atual. Hoje, quem quer se dedicar à pesquisa acadêmica recebe o benefício de R$ 1.200 para mestrado e R$ 1.800 para doutorado.
O anúncio aconteceu nesta sexta-feira (04), durante a realização do 23º Congresso Nacional de Pós- Graduandos, organizado pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), em um debate sobre “Pesquisa e Pós-graduação: desafios para a construção de uma universidade sem fronteiras". Além de Glaucius Oliva, também compuseram a mesa Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes e Gustavo Balduino, secretário executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES).
“A verba sairá exclusivamente da CNPq e acredito que isso ocorra também com o Capes, pelo fato de que não recebemos reajustes em nosso orçamento. Esperamos chegar em breve a um aumento de 40% , como os estudantes reivindicam e como é justo, mas precisamos de pelos menos 120 milhões na conta. Vamos trabalhar juntos para que isso ocorra e para que a ciência e tecnologia recebam os holofotes que merecem”, avaliou Oliva.
A bolsa é um instrumento para viabilizar a execução de projetos científicos e tecnológicos nas pesquisas subordinadas, vinculadas e supervisionadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT e pelo Ministério da Educação (MEC). Na última avaliação trienal realizada pela Capes, no ano de 2010, registrou-se um crescimento de cerca de 20% no número de cursos de pós-graduação em relação à avaliação anterior realizada em 2007. Hoje, são mais de 2.700 cursos de mestrado e 1.600 de doutorado.
A Campanha de Bolsas da ANPG é de longa data. No último dia 29 de março pós-graduandos do país todo paralisaram as atividades em torno da bandeira do reajuste.
Para a presidente da ANPG, Elisangela Lizardo, “sem a valorização dos pós graduandos, o desenvolvimento da ciência no Brasil não se efetivará plenamente”.
A garantia da meta do PNPG é o que norteia o reajuste pleiteado pela ANPG. Considerando o valor das bolsas CAPES em 2005, que eram maiores que as do CNPq, e garantindo a isonomia entre as bolsas oferecidas pelas duas agências. Assim, para isso, aos valores de 2005 das bolsas de mestrado e doutorado da CAPES, devem-se somar 50%, consoante previsto pelo PNPG, mais a inflação do período 2005-2010 (27,89%). Os cálculos levam ao resultado de um reajuste das bolsas de mestrado dos atuais R$ 1.200 para R$ 1.672,16 (39,34%) e as bolsas de doutorado passariam de R$ 1.800 para R$ 2.479,78 (37,76%).
Assim, o reajuste anunciado não contempla a reivindicação da ANPG, porém, a medida foi bem recebida pela entidade e pelos presentes ao 23º CNPG.
Patricia Blumberg e Eleonora Rigotti, de São Paulo.
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