A barganha que a iniciativa privada - leia-se o empresário Roberto Santiago - propôs ao governo do Estado, Ricardo Coutinho, é no mínimo curiosa. Então, a partir daí todo um universo jurídico, legalista, político de situação, político de oposição, democratas, republicanos, nazistas, fascistas, social-democratas, religiosos, incrédulos, ateus, médicos, professores, vagabundos, putas, frescos, enfim, a sociedade inteira tomou posição. Falo da famigerada barganha do terreno da Acadepol localizada ali no conjunto Burity ou mais popularmente, como é conhecido, Mangabeira. O governo defende a barganha na forma da lei e sem carecer de abrir licitação para a "livre" concorrência, diz que isto é possível por compreender todo um apelo popular, ou melhor, traduzindo numa línguagem mais juridíco-política a barganha segundo a óptica do governo Ricardo Coutinho é de INTERESSE PÚBLICO. Bom, talvez, o interesse público, este ente estadual nós não o conhecemos justamente por ele ser uma abstração e só poderia ser aferido depois de mecanismo de pesquisa, de opinião, um referendo, enfim. De todo modo, o governo insiste que a barganha com a iniciativa privada empresarial é de interesse público. Bom, mas aqui temos uma ótima oportunidade para nos indagar: o que significa o público e o que significa o seu interesse: e claro, que o público só existe em relação com o PRIVADO. O público pode ser o público de uma casta, uma categoria, uma seita, uma religião e não envolver toda uma coletividade social, mais geral, mais ampla e, neste caso, o interesse público defendido pelo governo do Estado estaria mais ao sabor da verdade, uma vez que, o interesse público é o interesse público de uma classe: a empresarial. Ou seja, o interesse PRIVADO que veio a público, neste caso, o jogo das palavras engana o cidadão menos avisado de suas sutilezas semânticas. Entretanto, se o INTERESSE PÚBLICO a que se refere o governo do Estado é o interesse da coletividade social, isto é, de toda a sociedade, dever-se-ia consultá-la, assim, manda a prudência. Mas, há mil ardis, milhares de meandros por onde passará o interesse público de uma classe em detrimento do interesse público da coletividade social paraibana que não precisa, julgo eu, de modo tão imediato, dos favorecimentos do governo a uma classe empresarial. Mas, em não havendo outra solução que não a barganha, isto é, a troca dos terrenos que se faça, mas que se pague o JUSTO VALOR e que seus recursos sejam, de fato, usados em favor da coletividade social paraibana. Mas, é aqui onde tudo se corrompe. No jogo semântico das categorias, das classes, das políticas o público não raras vezes é apenas um marketing para assegurar ao privado os seus privilégios naturais. Tenho dito!
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