quinta-feira, 26 de maio de 2011

KIT-GAY: A reação dos sensíveis


"Fomos todos pegos de surpresa", é a frase que mais circulou em Brasília nesta quarta-feira (25). Segundo fonte ligada ao Ministério da Educação (MEC), que pediu para não ser identificado, a noticia de que a presidente Dilma Rousseff (PT) mandou suspender o kit anti-homofobia chegou ao MEC e a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) enquanto as respectivas equipes trabalhavam normalmente. A Secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda, não poupou o peso na mão na hora de escrever suas críticas à decisão em sua página no Twitter. "Tempo das trevas!", exclamou. A secretária lamentou que o governo tenha recuado para salvar Palocci. "Governo recua para salvar Palocci. Enquanto o patrimônio dele sobe, o do PT desce", criticou. O Ministro da Educação, Fernando Haddad, está no Ceará e ainda não comentou sobre o veto. Segundo especialistas, mesmo que o governo volte atrás, o estrago
está feito.

Articulação no Congresso Nacional 
Os deputados federais Manuela D'ávila (PCdoB) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmam que vão articular uma ação conjunta entre a Frente Parlamentar LGBT e a Comissão de Direitos Humanos para articular os parlamentares progressistas e que apóiem o kit anti-homofobia para realizar uma reunião com o MEC. Segundo a deputada, a é ideia é construir a partir de agora um diálogo a respeito de todo material que tiver o combate da homofobia como foco. "Queremos que o MEC abra agora uma mesa de negociação sobre materiais de combate a homofobia", declarou. Jean Wyllys ainda fez duras críticas ao governo federal. "O governo federal não faz consultas populares acerca de suas políticas públicas em outras áreas, como saúde, habitação ou tributária", disse Jean. O deputado ainda criticou que em 2010 o Governo Federal usou mais da metade da verba para salvar o Capital Financeiro. "Diante deste escalabro ninguém se manifesta, agora contra o Kit Escola Sem Homofobia levanta-se todo o tipo de ignorância", criticou. 

"Perdemos uma batalha"
Julian Rodrigues, coordenador do setorial nacional LGBT do PT, declarou que neste momento "perdemos" uma batalha. Segundo o ativista, a campanha feita pela bancada evangélica e por parte da grande imprensa foi "avassaladora". Rodrigues diz que os fundamentalistas ganharam a opinião púbica por que "distorceram" o Kit Escola Sem Homofobia. Segundo o militante, isso mostra que a vitória do Supremo Tribunal Federal (STF) não "encerra" a discussão sobre a cidadania LGBT. Este revés é "momentâneo" e não deve interromper a luta contra a homofobia. Ainda de acordo com Julian Rodrigues, uma nota oficial do Partido dos Trabalhadores será encaminhada ao presidente do partido, Rui Falcão, e a Presidente da República, Dilma Rousseff, pedindo para que se pronunciem a favor do Kit Escola Sem Homofobia.

Bolsonaro elogia Dilma
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) declarou que a decisão da presidente Dilma veio tarde. Segundo Bolsonaro, "90% da população é contra este kit".  O parlamentar disse ainda que desde 2010 atuava contra o material e por conta disso sofria vários ataques. "Fui acusado de racista, homofóbico... Mas chegaram a conclusão de que estou certo", declarou Bolsonaro. Na opinião do parlamentar, o material "incentiva" jovens à homossexualidade. Dentre inúmeras de suas pérolas, Bolsonaro chegou a declarar que "não existe bullying nas escolas e que os jovens gays morrem trocando agulhas nas ruas".

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