Outro dia, tomando umas e outras com amigos lá de Bayeux, um amigo me perguntou: "Oh, João, um cara tão 'sabido' como você não devia falar como a gente fala". O jeito que eu falava nem de longe lembrava o modo OVÃO que se fala na Universidade. Modo ovão significa aquele modo BESTA de se falar. Então, você já parou para pensar quem foi que inventou a gramática normativa, isto é, aquele modo "certo" de falar e escrever a língua portuguesa respeitando as concordâncias verbal e nominal? Não? Você acha que a língua é uma "coisa" natural? Pois é, enganou-se. A língua também é, também faz parte de uma QUESTÃO POLÍTICA: um filósofo alemão dizia que o ato de dar nomes às coisas vai tão que se CONFUNDE com a própria origem da linguagem. E venceu o modo normativo, porque os intelectuais quiseram, porque os nobres quiseram, porque uma gente metida a besta quis. Então, o cara lá na feira de Bayeux grita: "Oia a groséia" e vai passando um professor de língua portuguesa que de imediato tenta corrigir o vendedor: "Moço, não se diz oia, nem se pode dizer groséia". Em seguida, imediatamente, diz o vendedor: "O oio é meu e a groséia é minha e o sô faça o favor de não me atrapaiar". A pergunta que se deveria fazer era: por que se pautar pela norma culta da língua? O que significa esta normal culta, quem a inventou? Terá algum interesse político por trás disto? Bom, para este meu comentário não se delongar tanto, vou endereçar vocês para uma referência sociológica. Por favor, leiam: "A economia das trocas linguísticas, autor: Pierre Bourdieu". Vocês podem baixar este livro no 4shared.com. Boa leitura... Ah, já ia me esquecendo... É nóis na fita, mano. Tenho dito!
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