Não vou falar da sopa, só de Toinho. Depois de protagonizar a maior surpresa eleitoral do pleito do ano passado, Toinho do Bolo, ou melhor, Toinho do Sopão agora, de fato, tomará seu assento na casa de Epitácio Pessoa. Um homem simples, sem o menor polimento intelectual, linguístico, sem trato com as palavras, a propósito, sua relação com as palavras é de uma estranha virilidade. Ele, a meu ver, praticamente, não fala, cospe palavras e faz cara de macho paleozóico quando o assunto é política, aquela macheza do homem sertanejo tantas vezes "cantado" pelos sertanistas, pelos romancistas regionalistas que algumas vezes quando ouço Toinho falar penso que quem fala é um personagem de Guimarães Rosa ou Graciliano Ramos. De qualquer forma, o cara foi eleito pela vontade do povo paraibano, se em reconhecimento ao seu trabalho social ou se em revolta isto é o que menos importa, porque não mudará o fato dele ter sido eleito. Além do mais, Toinho da Sopa (PTN) também protagonizou outros eventos quando aderiu no segundo turno à campanha de Zé Maranhão (PMDB) que lhe garantiu um temperão para sua sopa; ameaçado pelo presidente do PTN que era, então, aliado político do governador Ricardo Coutinho (PSB), a perder o mandato, uma vez que, como todos sabem, o mandato pertence ao partido e não ao deputado, Toinho do Sopão voltou atrás e aderiu à campanha de Ricardo Coutinho. Agora chegou a hora: próxima terça-feira, dia 1 de fevereiro, Toinho do Sopão será empossado. Fica a dúvida: será engolido ou vomitado pelas raposas antiquíssima da casa?
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