quarta-feira, 20 de outubro de 2010

DALTON TREVISAN, MEU HERÓI

Ultimamente, tenho demasiadamente andado entediado com tudo. Se ouço o cantar das roldanas nos trilhos lá fora nos portões meu bruxismo desenvolve, sinto que vou morder a língua, os olhos passeiam tropegamente para o canto esquerdo da cabeça... Sinto um pequeno calafrio me tomar o corpo, então, rápido e intrépido assomo na janela do meu quarto. Puta que pariu, novamente, seu Batalzar que lambe o Fiat 147 que ganhou de herança da sua velha mamãe. Ele me olha, sorrir um sorriso meio amarelado, como se estivesse a me pedir desculpas pelos transtornos, pelo barulhento Fiat 147, enfim. Digo-lhe alguma coisa ainda mesmo da janela e volto para o computador a ler as questões de gênero que passeiam por todo meu corpo e sinto, de repente, que não conseguirei fazer a próxima sinapse desejada. Pausa para um cafezinho, uma passada na sala, João ler a história sexual que o John Colapinto escreveu sobre um famoso caso de troca de gênero, enfim. Rápido, pego um livrinho que havia comprado há uma semana, mas por falta de tempo mesmo, ficou para depois. Conheço quase toda a obra do Dalton Trevisan. Depois de tanto ler os famosos russos, franceses, ingleses, alemães, etc., tudo em literatura me entendia, quer dizer, quase tudo, ainda tenho olhos para o velho vampiro curitibano: D. Trevisan. Histórias quentes, diálogos surtados, às vezes; cheio de manobras e vivacidade linguística; o cérebro incorpora alguma coisa; sinto-me no antigo Éden e sou de natureza ofídica. Dalton tem este poder de mexer muito comigo. Lançado na cama leio "Essas malditas mulheres". Então, relembro a "Gorda do Tiki Bar" e "Vestidinho Vermelho"... Ai, como são entediantes meus dias sem este curitibano. Leio-o tão vorazmente.. E de repente, João assoma com o "Grande Deflorador" conto que finaliza um conjunto de outros contos que dá nome a uma pequena brochura de mesmo nome. Dou-lhe um sorriso e ele, depois Lulu (minha cadelinha) desaparecem pelo ap... Quase cinco horas da tarde... De cueca na cama com Dalton Trevisan à espera de mais outra aventura literária que me tire deste limbo da ciência sexual. Dalton Trevisan, meu herói. 

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