ACABO de escrever uma TESE (de doutorado) a respeito de gênero, sexualidade, discurso - especificamente a respeito de TRAVESTIS -. No debate contemporâneo as/os travestis - "determino" aí o gênero pelos artigos onde as significa travestis (do masculino para o feminino) e os significa travestis (do masculino para o feminino) -. Ocorre que, nos estudos acadêmicos, eles/elas aparecem sempre de uma perspectiva bastante envelhecida e empobrecida. Se de um lado, os pesquisadores articulam-se para aí estudá-l@s a partir de delineamentos biológicos, biologizantes (com uma pegada de negação), por outro, muitos pesquisadores vão buscar na política sua redenção (travesti). Todo o debate gira, então, ao redor de questões envelhecidas e empobrecidas. Se por um lado não se pode mais afirmar que nascemos homens ou mulheres em detrimento de nosso aparelho genital, antes, de nossa estrutura anatomo-física (adeus ao sexo cromossômico), por outro lado também não se pode afirmar - senão por um ato de vontade - que travestis se constituem por insubordinações, insurreições, subversões políticas de gênero (com pegadas intencionalistas, etc.). Minha TESE, justamente, propõe a superação destas ideias (destas duas TESES contrárias). Você, então, poderá indagar-se: então, o que você defende? Infelizmente, ainda não posso publicar nada mais afundo aqui, porque ainda não a defendi. A partir do próximo ano, quando já terei defendida e apresentada para toda a comunidade acadêmica interessada, enfim, poderei ventilar os seus resultados mais surpreendentes. Por enquanto, então, basta vocês saberem quem nem o biológico, nem o político dão conta - senão por vias IDEOLÓGICAS bastante acentuadas, pronunciadas - de analisar melhor o que se acostumou apelidar, chamar de transgênero. A propósito, outra falha dos estudos, do estado da arte (dos debates contemporâneos): o transgênero ou a transgeneridade AINDA NÃO EXISTE. Abaixo você poderá conferir uma matéria bem interessante de "uma menina" que por meio de técnicas e tecnologias ligadas ao gênero obteve sua "transformação, reinvenção, correção da natureza, readequação e termos correlatos que se usa hoje em dia nos estudos de gênero" para um novo programa de gênero: o gênero masculino. Boa leitura!
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Transexual polonês mostra sua transformação de gênero feminino para o masculino; veja!
"Gato", "perfeito", "lindo", eu casava!". Estes são alguns dos elogios que o polonês Oliver vem recebendo nos últimos dias. O jovem transexual, de 20 anos, resolveu criar um blog onde conta sobre os processos de transformação que envolveu sua cirurgia de readequação sexual.
Em "Loading Oliver", além de dar dicas voltadas ao universo masculino, como se barbear, obter um corpo mais definido e dietas, o rapaz responde de forma clara e objetiva dúvidas relacionadas à terapia de reposição hormonal, na qual se submete desde abril de 2011.
Além de textos, Oliver publica fotos que mostram passo a passo o processo de sua transformação. A imagem abaixo é uma delas.
Além de textos, Oliver publica fotos que mostram passo a passo o processo de sua transformação. A imagem abaixo é uma delas.
Entre outros assuntos, o jovem aproveita para quebrar preconceitos em torno da sexualidade de gênero. "É engraçado como até mesmo as pessoas que se assumem trans acham que podem ficar sozinhas, não arrumar ninguém. Elas precisam saber que não são as únicas transex no mundo. O que as torna únicas são suas escolhas", escreveu.
Sobre as cirurgias em si, Oliver conta que já passou pelo processo de readequação sexual e também retirou as mamas. "Eu costumava ter uma sensação muito desagradável nos primeiros meses pós-operatório. Parecia que eles não estavam mais lá, a não ser pela cicatriz que me fazia lembrar", conta o rapaz sobre a sensação pós remoção dos seios.
Apesar do sucesso do seu blog, Oliver diz que tem uma vida normal como qualquer outro garoto e que passa boa parte do seu tempo se dedicando aos estudos, já que acaba de iniciar o curso de designer de produtos.
Confira abaixo um dos vídeos de Oliver onde ele mostra o processo de sua transformação do gênero feminino para o masculino.
Fonte: Blog do João + Revista A CAPA