A insistência dos ateus em "provar" que Deus não existe ou, pelo menos, tornar inteligíveis seus argumentos, tem me dado um tesão danado. Fico excitado em ouvir tudo o que eles têm a me dizer. Ouço um ateu me dizer: "Desonra o teu pai, avacalha o nome da tua mãe", "Cobiçarás o marido do teu vizinho gay", "Coma a empregada doméstica, a passadeira, a copeira e o mordomo para que ele guarde silêncio de todas estas coisas". Do outro lado da rua, então, um vizinho meu que é xangozeiro, que vive cheio de guias - fazendo o tempo inteiro oferendas pra xu-maré - e não dá um passo sem que antes jogue algumas pétalas de rosa branca e faça umas mandingas. Na escola primária, lembro-me, depois da grande lição da minha vida - "O homem é um animal político!" - o tesão passou a ser: "por que sou inteligente?". Nossa, passava horas pensando, querendo descobrir por que em todas as formas de vida a única que era inteligente era a humana, nós, e ainda assim o filósofo nos considerava animais. Horas na mesma posição aos gritos da professora: "João, João, é a tua vez de responder". Foi, então, quando cheguei à universidade... Eu, ah, eu queria ser filósofo. Aprender aquelas coisas todas, responder com grandes questionamentos facultativos para os meus vizinhos os seus diminutos e incertos modos de questionamento. Tudo que me diziam eu fazia aquela cara de filósofo, então, duas grandes pregas apareciam-me na testa. Estava provado, eu, João, estava me tornando filósofo: a barba cresceu, meu cabelo cresceu... Pronto. Então, descobri na universidade que Freud veio ocupar o lugar de Papai Noel, mas na minha cabeça eu me perguntava: "Quem eram as renas do Freud?". Papai Noel era apenas um símbolo fálico com a marca da coca-cola um amigo me contou. Nossa, eu estava muito excitado. Mas, rápido descobri que o pensamento científico não tão diferente daquele pensamento popular, dos botecos, dos cabarés... É que na universidade o pensamento vem travestido de um linguismo, às vezes, complicado de entender (tem de ser difícil pra não ser igual ao outro)... Mas, no fundo, era a mesma coisa. O prof. doutor da universidade se arma tanto quanto um bêbado que quer tragar a sua cachaça. Discursa tão bem quanto uma puta que quer convencer o seu cliente a pagar o quarto numa pousada surrada, feia, fedorenta, inóspita. Enfim, toda uma história de vida: Deus morreu. Os ateus decadentaram, o nerd foi embora e eu... Ah, eu... Eu o escambau, servo das estroinices mais infames prováveis. Tenho dito!
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