Cambaleou na luz negra do inferninho: quanto
mais escuro, mais lindas rainhas. Firmou o
cotovelo no balcão:
– Quedê a gorda?
Ao seu lado, rindo, ocupando todo o balcão,
quem se debruçava, ofuscante na blusa branca
de lã?
– Vamos lá no cantinho.
Em busca de manjares delicados, ambrosias
achadas e perdidas. Fim de noite, sobrou a última
das gordas, prato fundo de caldo de feijão.
– Tua língua é fálica.
– O que, bem?
– Me dá tua língua.
Transbordava sobre ele, o tatuzinho cheio
de patinhas enrolando-se na bola nua de carne,
mais uma bola e outra bola.
– Credo, bem. Mais tarado que o meu
marido.
Extraído da obra de Dalton Trevisan "A gorda do tiki-bar"
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