UM PAU, infelizmente, ainda vale mais do que MIL PALAVRAS. Mas, @ bonitinh@ também não ajudou muito. O portal R7 classificou Léo Áquila como MACHO, PEÃO, HOMEM!, na enquete que procura saber a opinião do público qual é o cara mais bonito do reality. Ontem assisti um pouco da estreia e nas conversas indagavam a Léo Áquila a respeito do seu gênero; lembro de sua resposta: "sou um menino que gosta de ser visto como menina". Bom, por trás deste discurso do Léo há toda uma MONTARIA DISCURSIVA, biológica que procura NATURALIZAR o que não é natural. A resposta de Léo Áquila é sintomática, faz parte de um universo que ele pouco domina: o gênero. Digo que sua resposta é sintomática, uma vez que, a maioria das respostas que as travestis dão quando são indagadas a este respeito é que não são mulheres e chegam a afirmar que são "homens com cabeça de mulher". Talvez, tenha sido por isto que Arnaldo Jabor tenha numa metáfora urbana mitopoética 'classificado' as travestis como CENTAUROS URBANOS. Bom, podemos, então, pegar lá a ideia do Léo Áquila e tentar jogá-la contra o próprio Léo, mas isto não será possível. De qualquer modo, basta-nos nos indagar a respeito de QUERER se PARECER menina: afinal, somos alguma coisa além ou a mais do que a nossa aparência? Neste caso, o que borra a provável 'verdade' de Léo Áquila não é a sua aparência, mas aquilo que se imagina existir além das aparências: o pênis como a verdade e a inflexão do-ser macho, homem peão. Se levássemos isto para um contexto político muitos pesquisadores diriam que Léo Áquila é um REVOLUCIONÁRIO, um contestador do GÊNERO e que, por isto mesmo, não está nem para o masculino, nem para o feminino, constituindo-se, assim, num ser híbrido (centauro urbano) como poetizou Arnaldo Jabor. Léo Áquila abre uma divergência e uma política de ação idiota que para afirmar sua aparência necessita afirmar uma essência (verdade socrática, platônica, aristotélica) que lhe impuseram: essência, afinal, que nega a sua aparência e o torna um ser ridículo. Infelizmente, não tenho tanto espaço para continuar escrevendo sobre o assunto. Mas, fica claro, neste terreno, a disputa é para saber quem lavará o tacho depois. Tenho dito!!!
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