domingo, 13 de março de 2011

Mais uma vez os caudilhos partidários

De repente, na política paraibana, começaram a aparecer declarações internas contra os partidos, inflexões que no mais das vezes eram encobertas pelos múltiplos interesses convergentes. Mas, de uns dias para cá, declarações do tipo das de Geralo Amorin que considerou os partidos políticos sacos de batatas; as declarações de Tavinho Santos que disse que o legislativo estava de cócoras, sem legislar, que só servia para carimbar decisões do executivo ou do judiciário; também basta lembrar as palavras do vereador Fernando Milanez para quem os partidos são JOGO DE CARTAS MARCADAS etc. agora é a vez de Dunga Junior do PTB, secretário municipal de articulação. Segundo Junior, um partido tem de ouvir os seus partidários e dispara: "O PTB tem que passar por uma reestruturação e voltar a ser um partido que discuta e escute seus filiados. O PTB não pode ter um mandatário". Teria o secretário se referido ao governador Ricardo Coutinho (PSB)? E ameaçou deixar a legenda caso a audição dos filiados não seja mais possível. Ao que parece é que a idéia de que partidos políticos no Brasil são úteis, são necessários começa a ruir, a ir por terra. O pluripartidarismo no Brasil teve sua razão de ser quando da queda da ditadura militar num passado recente e naquela ânsia por LIBERDADE e representação política passou-se as pernas pelas mãos e no lugar de criar bases sólidas para o desenvolvimento político, armaram uma celeuma para os anos seguintes. Mas, avançamos e o pluripardarismos COMANDADOS por GRANDES caudilhos locais, regionais, nacionais já não se sustenta e a reforma política está aí. O antigo voto de CABRESTO foi substituído pelo voto OBRIGATÓRIO: o capataz foi transformado em juíz de toga. Se já não há mais um capataz com açoite na mão obrigando um alguém a votar num determinado coronelzinho ou no seu estimado filhinho, por outro lado existe a troca de favores velada, existem as penalidades institucionais que doem tanto ou mais do que os açoites que os juízes e a IN-JUSTIÇA farão questão de cobrar a falta. As grandes decisões políticas de um município, um Estado, mesmo, um país, os votantes nunca participam. Sendo apenas chamados a sentenciar nas urnas a decisão das instituições partidárias. Nenhum pobre tem direito ao voto na cúpula dos partidos que são comadados por figurões. Como ninguém, principalmente os ninguéns dos estratos sociais mais baixos, acredita em político, menos ainda em política, a cada dois anos esses mesmos NINGUÉNS tentam ir à forra. Tentam de um tudo para tirar alguns mízeros reais dos candidatos que chegam às portas querendo cooptar o seu voto. Tenho como criticar essas pessoas que mercantilizam o seu voto? Claro que não e sabe por quê?: em política não duvidem, temos de ter um olho antropológico: a visão, o discurso GERAL é que não se deve VENDER o voto (visão/discurso institucional, interessada na manutenção do existente), do outro lado existe o necessitado, o desacreditado que ENXERGA alguma vantagem em VENDER o que para ele não faz a menor diferença entre DAR e vender, SENÃO pelo fato de que VENDENDO tem ao menos como escapar aí um botijão, uma sandália, etc: só para lembrar, BARGANHAR entre partidos pode não é mesmo?. -. Talvez, sejam mais conscientes politicamente do que os marxistas ortodoxos de plantão e os moralistas midiáticos que defedem a manutenção da ORDEM, e aqui vou na contra-mão das idéias mais gerais sobre o assunto. A obrigatoriedade do voto não é algo CAVILOSO? O layout da justiça eleitoral FESTA DA DEMOCRACIA não é ainda mais caviloso? Por que a mídia não faz lobby contra a justiça eleitoral que a cada dois anos nos OBRIGA a assistir aquelas propagandas ridículas sobre a festa da democracia? E, acreditem, o interesse na manutenção do voto obrigatório, do discurso segundo o qual BARGANHAR voto é ABOMINÁVEL aos olhos do Senhor, não é só dos políticos especificamente. Tem jornal interessado, grandes empresas, enfim, é uma rede de negócios altamente lucrativa. Bom, vou ficando por aqui que este post até transcendeu à sua essência. De qualquer modo, abram os olhos e analisem os discurso que pregam a ORDEM: Afinal, a ordem é interesse de quem? Quem LUCRA com a ordem? Pensem!

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